BRASIL


Últimos corpos de pessoas mortas em operação no Rio deixam o IML

Famílias em luto denunciam megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

 

As últimas famílias das pessoas mortas na Operação Contenção, do governo do Estado do Rio de Janeiro, no início desta semana, nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte, começam a deixar o Instituto Médico Legal (IML), no centro da cidade do Rio de Janeiro. Até esta sexta-feira (31), a Polícia Civil informou que faltavam ser identificados apenas 8 corpos.

Os familiares relatam alívio pelo fim da peregrinação atrás de filhos, primos e netos, mas também indignação com a tragédia.

Grávida de poucos meses, Karine Beatriz, de 26 anos, esteve no IML para reconhecer o corpo do esposo, Wagner Nunes Santana, pai de seu bebê, após três dias de busca na mata. Na sexta (31), ela contou que ele foi retirado de dentro de um lago na Serra da Misericórdia, na Penha.

“Após três dias de buscas consegui localizar o corpo, mas alívio eu só vou ter com repostas para as perguntas que não vão calar: de onde vem pena de morte, se existe presídio, presídio é apenas enfeite? Até quando vai isso?”, disse, questionando o governo sobre a alta letalidade das operações no Rio.

“Independentemente dos erros dele, ele era trabalhador, era família, semana passada, estava ajudando a erguer uma casa na comunidade, ajudou a fazer o ‘cabelo maluco’ da minha filha. Tenho uma filha de 9 anos, que não era filha dele e ele fez o cabelo dela para a escola, levou para brincar, sabe, são momentos que não vão voltar”, continuou. Com informações da Agência Brasil.