JUSTIÇA


‘Trama golpista’: defesas de condenados reagem à decisão do STF que determinou execução das penas

Advogados de Bolsonaro e dos demais réus criticaram e contestaram a determinação do ministro Alexandre de Moraes

Foto: Antonio Augusto/STF

 

As defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos demais condenados pela trama golpista comentaram a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou a execução imediata das penas dos réus do chamado núcleo 1.

Com a determinação, os sete envolvidos tiveram as prisões decretadas e foram direcionados aos locais onde devem iniciar o cumprimento das condenações.

Confira o que disseram os advogados

Jair Bolsonaro
A defesa do ex-presidente afirmou ter recebido com surpresa a determinação para execução imediata da pena. Os advogados sustentam que Bolsonaro ainda teria possibilidade de apresentar um último recurso contra a condenação de 27 anos e três meses. Segundo o advogado Paulo Cunha Bueno, o regimento interno do STF ainda permitiria a apresentação de embargos infringentes.

“Cabe lembrar que por ocasião do julgamento do ex-Presidente Fernando Collor (AP 1025) e também do caso Debora Rodrigues dos Santos (AP 2508), só se certificou o trânsito em julgado, após o ajuizamento dos embargos infringentes, sendo surpreendente para a defesa a certidão de trânsito em julgado, com a inadmissibilidade de um recurso ainda não proposto”, declarou.

Braga Netto
O defensor José Luis Oliveira declarou indignação com a execução das penas e voltou a afirmar que a condenação do general seria “absolutamente injusta e contrária à prova dos autos”.

“Infelizmente, vemos que o processo está terminando como começou: com a violação sistemática ao direito de defesa. Seguiremos tomando todas as medidas cabíveis para defender os direitos do general Braga Netto, inclusive perante as cortes internacionais”, disse.

Augusto Heleno
A defesa do general, representada por Mateus Milanez, também demonstrou forte indignação e alegou que o processo teria sido influenciado por motivações políticas.

“Reafirmamos nossa absoluta inocência do general Augusto Heleno. Diante da ilegalidade e de perseguição, nossa luta pela anulação deste processo viciado e pelo reconhecimento formal de sua inocência será incansável e intransigente”, afirmou.

Anderson Torres
Já os advogados do ex-ministro da Justiça Anderson Torres disseram ter recebido a decisão com “serenidade”, reiterando que ele não participou da tentativa de golpe.

“Lamenta que as inúmeras provas que demostram não estar envolvido, direta ou indiretamente, com qualquer tentativa de golpe de estado, tenham sequer sido consideradas na decisão que o condenou a uma pena duríssima de 24 anos de prisão”, declarou.

As defesas do ex-ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira e do almirante Almir Garnier até o momento não se manifestaram.

Com informações da Agência Brasil