JUSTIÇA


Defesa diz que PGR não tem provas contra Anderson Torres em ação sobre 8/1

Advogado contesta acusação e diz que promotoria não apresentou documentação vinculando o ex-juiz aos ataques

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

O advogado de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, declarou nesta terça-feira (2) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não apresenta provas concretas que associem o ex-ministro às ações golpistas investigadas no âmbito da operação que apura a trama de 8 de janeiro. Segundo a defesa, os documentos exigidos para estabelecer esse vínculo não foram trazidos de maneira clara ao processo, posição também adotada por outros advogados como base da estratégia de contestação. 

A denúncia da PGR, incluída no julgamento iniciado hoje na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), envolve oito réus, entre eles Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, o almirante Almir Garnier, o general Braga Netto e o próprio Anderson Torres. A acusação é de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e ataques ao Estado Democrático de Direito. 

Já segundo a equipe de defesa, a argumentação do procurador-geral sobre a ação configuraria um “golpe imaginado”, sem sustentação fática mínima. Afirmam que a ausência de um ato específico praticado por cada réu, como no caso de Torres, inviabiliza a condenação. Até agora, a PGR ainda não trouxe documentos que, na visão da defesa, comprovem a participação ativa do ex-ministro nos atos antidemocráticos.