BRASIL


Alckmin diz que governo busca acordo com EUA para evitar tarifa de 50% até fim de julho

Vice-presidente afirma que Brasil intensificará diálogo com empresários americanos

Foto: Júlio César Silva/MDIC

 

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou, nesta terça-feira (15), que o governo federal trabalha para reverter, até o dia 31 de julho, a tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, que deve entrar em vigor em 1º de agosto por determinação do presidente norte-americano Donald Trump, foi tema de duas reuniões realizadas com representantes da indústria e do agronegócio.

“Pudemos ouvir o setor produtivo e reiterar o compromisso com o diálogo, que é o compromisso do presidente Lula, para trabalharmos juntos e reverter este quadro”, disse Alckmin. “Houve uma colocação aqui de que o prazo é exíguo, pedindo um prazo maior. Mas a ideia do governo é procurar resolver até o dia 31 de julho.”

As reuniões aconteceram no âmbito do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, criado por decreto presidencial para coordenar a resposta a medidas tarifárias unilaterais de outros países.

Alckmin criticou a taxação imposta pelos EUA, apontando que ela afeta negativamente ambos os lados. “Entendemos que ela é equivocada. O Brasil tem déficit na balança comercial com os Estados Unidos, e os EUA têm superávit conosco há 15 anos, foram mais de US$ 400 bilhões. Então, não tem o menor sentido você ter uma tarifa totalmente despropositada”, pontuou

A mobilização do governo continuará ao longo da semana com novas reuniões, inclusive com empresários e trabalhadores norte-americanos representados pela Amcham (Câmara Americana de Comércio para o Brasil). Segundo Alckmin, há preocupação com cadeias produtivas integradas entre os dois países. “Vamos trabalhar também com os empresários americanos, mostrando que isso tem um prejuízo não só para o Brasil, mas também para a população americana, porque há uma complementariedade econômica”, disse

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também defendeu a via diplomática. “Estamos realizando essa conversa aberta com as entidades representativas do setor para entender as angústias e os anseios. O diálogo está aberto da parte brasileira”.

A reunião contou com a participação de ministros como Rui Costa (Casa Civil), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), André de Paula (Pesca e Aquicultura), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e da ministra substituta de Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, além de lideranças do setor agropecuário, como representantes dos segmentos de café, frutas, pescados e carne bovina.