ECONOMIA

Gastos com compras internacionais batem recorde no Brasil e somam R$ 15 bilhões em 2024

Mesmo com alta do dólar e nova taxação, brasileiros fizeram quase 190 milhões de compras do exterior

Publicado em 21/06/2025 às 17h30.
Por Redação

Elza Fiúza/Agência Brasil

 

Os brasileiros gastaram quase R$ 15 bilhões em compras internacionais em 2024, segundo dados divulgados pela Receita Federal. O volume representa um recorde histórico e mais que o dobro do registrado em 2023, quando o total foi de R$ 6,42 bilhões. Foram cerca de 190 milhões de encomendas enviadas ao país neste ano.

Mesmo com a alta de 8% no dólar, que chegou a R$ 5,39, o crescimento também se refletiu nos valores em moeda estrangeira. O total em dólares passou de US$ 1,28 bilhão em 2023 para US$ 2,75 bilhões em 2024.

Com o aumento do fluxo de compras, o governo federal também ampliou a arrecadação com impostos sobre remessas internacionais. Em 2024, a cobrança gerou R$ 2,88 bilhões aos cofres públicos, R$ 900 milhões a mais que no ano anterior. Apenas a chamada “taxa das blusinhas”, que aplica 20% de imposto sobre compras de até US$ 50, foi responsável por R$ 670 milhões entre agosto e dezembro.

Criado em 2023, o Programa Remessa Conforme foi citado pela Receita como uma das bases do aumento na arrecadação. Inicialmente, o programa previa isenção para encomendas de até US$ 50, mas a baixa adesão à declaração correta de valores levou o governo a rever as regras.

Além da alíquota federal, dez estados brasileiros também elevaram o ICMS sobre esse tipo de compra para 20%, medida que começou a valer em abril deste ano.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) avaliou positivamente a mudança nas regras. Segundo a entidade, a nova taxação contribuiu para preservar empregos no país e fortaleceu o mercado interno. “Os bons resultados decorrentes da taxação de 20% das remessas internacionais de até US$ 50 demonstram a pertinência da isonomia tributária e regulatória”, afirmou, destacando ainda que os consumidores de menor renda não foram prejudicados.

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