Vietnã supera Brasil na exportação de café com valor agregado
Mercado de café enfrenta desafios com mudanças climáticas e estratégias de exportação

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O Vietnã está se destacando frente ao Brasil no mercado de exportação de café com maior valor agregado. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), tanto de Brasília quanto de Hanoi, indicam que, na safra 2025/26, os vietnamitas devem exportar cerca de 3,3 milhões de sacas de café torrado e solúvel. Isso representa um aumento de 38% em relação à safra 2023/24. Em comparação, as exportações brasileiras devem atingir 3,75 milhões de sacas, um crescimento modesto de 3% no mesmo período.
A estratégia do Vietnã tem sido aproveitar a crescente demanda por café processado nos países asiáticos. Os produtores vietnamitas investem em produtos com maior valor agregado, o que impulsiona suas exportações. Por outro lado, o mercado global de café enfrenta desafios devido a condições climáticas adversas, como secas, altas temperaturas e geadas, que afetam a oferta. Dados do Usda mostram que tanto o Brasil quanto o Vietnã, maiores produtores mundiais, terão pouca variação na oferta em 2025/26.
No Brasil, a produção de café na safra 2024/25 deve chegar a 65 milhões de sacas, um aumento de apenas 0,5% em relação ao período anterior. A produção de café arábica, no entanto, deve cair 6,4%, totalizando 40,9 milhões de sacas, enquanto a de café robusta deve aumentar 15%, alcançando 24,1 milhões de sacas. No Vietnã, a produção total está projetada em 31 milhões de sacas, um crescimento de 7%.
Os preços internacionais do café continuam atrativos, com a tonelada sendo negociada a US$ 6.998, um aumento de 84% em relação a abril de 2024, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No Brasil, os preços internos estão em queda devido à chegada da safra. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicou uma retração nos preços do café arábica e robusta. No entanto, nos supermercados, o café tem registrado alta, com aumento de 8% nos últimos 30 dias, acumulando 81% em 12 meses, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A informação original foi publicada pela Folha de S.Paulo.