PF suspeita de que pelo menos 3 mil contas do gov.br tiveram biometria fraudada
Operação ocorre em nove estados e mira grupo que burlava sistema de autenticação biométrica

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A Polícia Federal iniciou nesta terça-feira (13) uma operação contra um grupo suspeito de fraudar contas digitais associadas à plataforma gov.br. A ação, que ocorre em nove estados, visa desarticular um esquema criminoso que utilizava técnicas sofisticadas de alteração facial para violar sistemas de autenticação biométrica. Segundo a TV Globo, o grupo acessava indevidamente serviços públicos e dados pessoais das vítimas.
O modus operandi dos suspeitos envolvia enganar a ferramenta “liveness”, que verifica se a imagem capturada é de uma pessoa real. Com isso, conseguiam simular traços faciais de terceiros, acessando contas digitais no gov.br. As investigações mostram que o grupo atuava invadindo contas de pessoas falecidas para acessar valores do Banco Central e também contas de pessoas vivas, manipulando serviços e autorizando consignações no aplicativo “Meu INSS”.
A operação cumpre cinco mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão. Os envolvidos poderão responder por invasão de dispositivo informático qualificada e associação criminosa. Além de desmantelar o esquema, a operação busca identificar outros possíveis membros da quadrilha. A Polícia Federal alerta os usuários do gov.br para que monitorem suas contas e reportem movimentações suspeitas.
A ferramenta “liveness” foi o principal alvo das fraudes, com os criminosos utilizando recursos para que fotos, vídeos ou máscaras fossem reconhecidos como rostos vivos. O acesso às contas permitia que os suspeitos manipulassem serviços vinculados ao gov.br, incluindo informações sensíveis e benefícios sociais. A Polícia Federal recomenda que, ao identificar acessos não autorizados, os usuários registrem boletim de ocorrência e busquem suporte nos canais oficiais do governo federal.