POLÍTICA


Tarcísio nega ter procurado STF para negociar tarifaço com Trump

Governador de São Paulo afirma que atua apenas para informar impacto econômico de sobretaxa americana

Foto: Marcelo S. Camargo/Governo do Estado de SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), negou nesta sexta-feira (12) que tenha procurado o Supremo Tribunal Federal (STF) para interferir no processo penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista coletiva concedida na cidade de Cerquilho (SP), ele classificou a suposta interferência como “bobagem” e afirmou que sua atuação se limita a fornecer dados econômicos à diplomacia brasileira e à embaixada dos Estados Unidos.

A declaração ocorreu quatro dias após o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O chamado “tarifaço” foi acompanhado de críticas ao julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, com Trump sugerindo que o caso fosse arquivado.

“A competência para fazer a negociação é do governo federal, da diplomacia brasileira. A diplomacia brasileira, ao longo dos anos, sempre se saiu muito bem”, afirmou Tarcísio. “A gente está tentando nutrir a embaixada dos Estados Unidos de mais informações. O que procuramos mostrar é o cenário da economia paulista e fortalecer tomadas de decisão”, completou.

Durante a entrevista, Tarcísio apontou os impactos já mapeados pela equipe do governo paulista. Segundo ele, a fabricante de aeronaves Embraer pode ter um acréscimo de até US$ 9 milhões em impostos na venda de cada uma das 90 aeronaves encomendadas pela American Airlines. No setor do agronegócio, o governador mencionou impactos prováveis nas cadeias do suco de laranja e do setor sucroalcooleiro.

Tarcísio defendeu que as negociações sejam conduzidas com foco econômico, sem interferências políticas. “É um impacto complicado para São Paulo. A gente precisa deixar a política de lado e buscar uma solução técnica e negociada”, disse o governador.