POLÍTICA


PGR pede reforço no monitoramento de Bolsonaro e alerta STF para risco de fuga

Paulo Gonet defende que a Polícia Federal mantenha equipes de prontidão em tempo integral; ex-presidente cumpre prisão domiciliar e usa tornozeleira eletrônica.

Foto: Ton Molina/STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu nesta segunda-feira (25) que a Polícia Federal (PF) amplie o monitoramento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Réu por envolvimento na trama golpista investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e já é monitorado por tornozeleira eletrônica. Para Gonet, no entanto, é necessário que a PF mantenha equipes de prontidão em tempo integral para fiscalizar o cumprimento das medidas cautelares.

Em manifestação, o chefe da PGR ressaltou que esse acompanhamento não deve ser invasivo. “As medidas não devem ser intrusivas da esfera domiciliar do réu, nem perturbadoras das suas relações de vizinhança”, pontuou. O objetivo, segundo ele, é garantir a eficácia da vigilância sem afetar os direitos básicos do investigado.

O tema ganhou força após o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, informar ao STF sobre um ofício enviado pelo líder do PT, Lindbergh Farias, que apontou risco concreto de fuga de Bolsonaro. O documento citava a possibilidade de o ex-presidente se deslocar até a Embaixada dos Estados Unidos, situada a poucos minutos de sua residência em Brasília, para solicitar asilo político.

Segundo Rodrigues, as informações já foram encaminhadas à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, determinou que a Procuradoria-Geral da República se manifeste em até cinco dias sobre o risco de evasão e sobre supostas violações de outras restrições impostas, como o uso de redes sociais.

A PGR tem prazo até quarta-feira (26) para enviar sua análise. Nos bastidores, interlocutores de Gonet avaliam que a situação de Bolsonaro não deve sofrer mudanças até o início do julgamento no STF, previsto para o próximo dia 2 de setembro, quando será analisada a ação que acusa o ex-presidente de participação em uma tentativa de golpe de Estado.