POLÍTICA


Dilma é reconhecida como anistiada política após recusa no governo Bolsonaro

Pedido foi havia sido rejeitado por Damares Alves; ex-presidente foi torturada

Foto: José Cruz/Agência Brasil

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) obteve nesta quinta-feira (22) o reconhecimento de anistiada política pela Comissão de Anistia da Ditadura Militar. A decisão foi de forma unânime. O pedido havia sido rejeitado em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

A declaração de anistia representa um pedido formal de desculpas do Estado brasileiro a vítimas de perseguição política e de violências cometidas durante o regime militar (1964–1985). Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e torturada por integrantes do aparato repressivo da ditadura, após participar de organizações de resistência armada.

Durante a sessão da comissão, o relator do caso, Rodrigo Lentz, afirmou em seu voto que Dilma foi “atingida por graves atos de exceção por motivação exclusivamente política”. Ele também leu trechos dos depoimentos da ex-presidente sobre as sessões de tortura que sofreu no período em que esteve encarcerada.

A conselheira Rita Sipahi, que foi presa com Dilma, disse que participar da sessão é “uma grande honra e orgulho” e que “a resistência brasileira à ditadura civil-militar implantada em 1964 foi conquistada por você, mulheres e homens do passado e do presente.”

Em abril de 2022, a ministra Damares Alves negou o pedido de indenização. A defesa da ex-presidente recorreu.

A anistia concedida à ex-presidente integra a nova postura da Comissão sob a gestão do governo Lula (PT), que tem revisado decisões negadas nos últimos anos e reforçado o compromisso com a memória, verdade e justiça em relação aos crimes da ditadura.

(Com informações do jornal Folha de S. Paulo)