POLÍTICA


Bolsonaro resiste a apoiar nomes fora da família para 2026, mesmo com pesquisas indicando derrotas

Interlocutores afirmam que Bolsonaro preferiria ver a direita derrotada a apoiar um candidato sem o sobrenome dele

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que a resistência dele em apoiar um nome fora do núcleo familiar para a disputa presidencial de 2026 decorre do receio de perder influência política. Ouvidos pelo blog de Andreia Sadi, interlocutores afirmam que Bolsonaro, inelegível e monitorado por tornozeleira eletrônica por suspeita de coação à Justiça, preferiria ver a direita derrotada a apoiar um candidato sem o sobrenome Bolsonaro.

“Para Bolsonaro, é Deus acima de tudo e família Bolsonaro acima de todos”, disse uma das fontes.

Pesquisa Quaest recente mostrou que os três nomes da família testados — o próprio ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — perderiam para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual segundo turno. O único a empatar com o petista foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que não conta com o apoio explícito de Bolsonaro.

O ex-presidente, inclusive, já desautorizou movimentos de Tarcísio para intermediar saídas para o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, defendendo que a negociação seja liderada por Eduardo Bolsonaro.

Após a divulgação da pesquisa, integrantes do núcleo bolsonarista passaram a defender o nome do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como alternativa para a corrida presidencial.