JUSTIÇA


STF tem aparato de segurança com drones e cães farejadores para julgamento de Bolsonaro

Ex-presidente e mais 7 aliados são acusados por trama golpista após as eleições de 2022

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O STF (Supremo Tribunal Federal) iniciou nesta terça-feira (19) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela tentativa de golpe de Estado sob o mais alto nível de segurança já adotado pela corte. O esquema especial, que deve durar até 12 de setembro e se estender por mais duas semanas em razão da posse do novo presidente do tribunal, ministro Edson Fachin, inclui bloqueio da Praça dos Três Poderes, presença de tropas de elite e uso de tecnologia de vigilância.

Policiais legislativos reforçam a segurança com o apoio de cães farejadores, enquanto tropas da Polícia Militar, do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do COT (Comando de Operações Táticas) a Polícia Federal estão mobilizadas. Novos pórticos de detecção de metais foram instalados, e o policiamento no entorno da sede do STF foi ampliado com agentes de tribunais de outros estados. Parte do efetivo, incluindo 30 guardas de São Paulo e do Rio de Janeiro, já dorme nas dependências do Supremo.

O esquema prevê ainda uso de drones de monitoramento com imagem térmica, capazes de varredura diurna e noturna, revistas em mochilas e controle rigoroso de acesso ao prédio. O protocolo de segurança só havia sido acionado anteriormente em situações como o julgamento do Mensalão e episódios de grave ameaça à sede do tribunal.

A preocupação é ampliada pela coincidência de datas com o feriado de 7 de Setembro, quando costumam ocorrer atos políticos em Brasília, e pelo histórico de tensão recente na capital. Entre os episódios estão a explosão de um artefato caseiro em 2022 e a tentativa de invasão ao STF em 2021 por apoiadores de Bolsonaro.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal montou uma operação integrada com a Polícia Judicial do STF, que inclui monitoramento de redes sociais e análise em tempo real de movimentações suspeitas. O uso de drones com sensores térmicos, segundo o órgão, permitirá vigilância contínua do perímetro e resposta imediata em caso de ameaças.

Com informações do jornal O Globo