JUSTIÇA


Comandante e dono da Cavalo Marinho I são condenados a nove anos de prisão por naufrágio que deixou 19 mortos

Decisão da Vara Criminal de Itaparica aponta imprudência e negligência em acidente

Foto: TV Bahia/Alberto Maraux -SSP/Redes Sociais

 

O comandante e o proprietário da embarcação Cavalo Marinho I foram condenados a nove anos de prisão pelos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa, em razão do naufrágio que deixou 19 mortos em 24 de agosto de 2017.

Segundo a sentença, assinada na última sexta-feira (15), o comandante Osvaldo Coelho Barreto, e o proprietário do barco, Lívio Garcia Galvão, poderão recorrer em liberdade. A lancha afundou cerca de 15 minutos após sair do cais de Mar Grande, em Vera Cruz, Região Metropolitana de Salvador.

Entre as vítimas estavam três crianças, e outras 59 pessoas ficaram feridas. Em 2018, mais uma pessoa morreu em decorrência de depressão e estresse pós-traumático provocado pelo acidente.

Na decisão, a juíza Alcina Mariana Martins, da Vara Criminal de Itaparica, acatou a denúncia do Ministério Público da Bahia e destacou a imprudência e a negligência dos réus.

“Lívio, proprietário e armador, praticou o fato descrito na denúncia, uma vez que meses antes do acidente, a lancha Cavalo Marinho I teve alterada a estrutura da embarcação por determinação e autorização dele, sem que houvesse a comunicação e vistoria pela Capitania dos Portos, a qual aprovasse a mudança realizada”, diz um trecho da decisão.

“Caberia ao denunciado, na condição de comandante da embarcação, avaliar e decidir suspender a travessia ou prosseguir viagem, tendo agido com culpa por não ter adotado as cautelas necessárias, vez que poderia ter suspendido a viagem, ante às condições climáticas adversas”, acrescentou.