ECONOMIA


Ricardo Alban diz que ‘não é prudente’ haver retaliação comercial após tarifaço de Trump

Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban participou de reunião com ministros de Lula, nesta terça-feira (15)

Michelle Fioravanti/CNI

Representantes da indústria brasileira pediram ao governo federal que evite retaliações comerciais à tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros. A solicitação foi feita durante reunião com ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na manhã desta terça-feira (15), em Brasília.

A manifestação do setor ocorre poucas horas após o governo regulamentar a chamada Lei da Reciprocidade, que permite ao Brasil retaliar comercialmente países que adotarem barreiras às exportações nacionais.

A informação, acordo com a CNN Brasil, partiu de fontes que estiveram presentes ao encontro. Uma delas, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que “não é prudente” haver uma reação imediata, considerando a relação econômica complementar entre os dois países. O executivo ainda defendeu que o debate não seja contaminado por fatores políticos e pediu uma abordagem “objetiva” e “pragmática”.

Durante a reunião, empresários também solicitaram que o governo tente negociar um adiamento de 90 dias na entrada em vigor das tarifas, prevista para 1º de agosto. Eles alegam que o prazo atual de 15 dias é curto demais para discutir uma solução técnica.

A CNI estima que a medida americana pode provocar a perda de até 110 mil empregos no Brasil e gerar impactos negativos no PIB. Para os executivos da entidade, não há alternativas viáveis, no curto e médio prazos, para substituir o mercado norte-americano nas exportações brasileiras.