ECONOMIA


‘Nossa Justiça precisa ser respeitada’, diz Wagner após decreto de reciprocidade contra os EUA

Para líder do PT, ferramenta é uma forma de o governo Lula reagir à sobretaxa unilateralmente imposta por Trump

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse nesta terça-feira (15) que a Lei de Reciprocidade é uma forma de o presidente Lula reagir à sobretaxa unilateralmente imposta por Donald Trump aos produtos nacionais e defender o respeito à soberania e à Justiça brasileira.

As afirmações foram feitas por meio da plataforma X, na qual detalhou trechos do decreto que permitirá ao Brasil  adotar medidas em resposta ao tarifaço de 50% anunciado pelo governo norte-americano.

“Explicando melhor: o decreto estabelece critérios para suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relacionadas aos direitos de propriedade intelectual. Essa é uma forma de reagirmos à medidas unilaterais adotadas por países ou blocos econômicos que impactem negativamente a nossa competividade econômica”, escreveu o senador.

“O Brasil é um país grande, soberano e a nossa Justiça precisa ser respeitada em todo o mundo. Temos uma tradição diplomática de respeito e diálogo, e não será diferente neste caso. O Governo Lula seguirá trabalhando firme e com as medidas necessárias para proteger nossas empresas”, acrescentou Wagner.

Em outra frente, a Lei de Reciprocidade também estabelece a criação de um comitê com a participação dos ministérios da Casa Civil (Rui Costa), da Fazenda (Fernando Haddad), das Relações Exteriores (Mauro Vieira) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Geraldo Alckmin).

Mais cedo, na primeira reunião do grupo após a publicação do decreto, representantes da indústria pediram ao governo federal que evite retaliações comerciais aos Estados Unidos.

Presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban afirmou que “não é prudente” haver uma reação imediata, considerando a relação econômica complementar entre os dois países. Ao defender que o debate não deve ser “contaminado” por fatores políticos, pediu uma abordagem “objetiva” e “pragmática” em torno da guerra comercial deflagrada por Trump.