ECONOMIA


Governo anuncia aumento de IOF para câmbio, empresas e previdência privada

Medida visa aumentar arrecadação e harmonizar política econômica com a taxa de juros alta

Imagem: Reprodução/redes sociais

 

O governo federal anunciou um aumento no Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), visando arrecadar R$ 20,5 bilhões adicionais em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. O decreto presidencial que oficializa a mudança será publicado nesta quinta-feira, e os novos valores entram em vigor a partir desta sexta-feira, dia 23. A medida busca não apenas aumentar a arrecadação, mas também alinhar a política fiscal com as taxas de juros, atualmente em 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas.

As alterações no IOF afetam principalmente as operações de crédito para empresas, enquanto empréstimos pessoais, crédito estudantil e financiamentos habitacionais permanecem inalterados. Para as empresas, a alíquota passa de 0,38% para 0,95% na contratação e de 0,0041% para 0,0082% ao dia, com o teto anual subindo para 3,95%. Já para o Simples Nacional, as taxas diárias e anuais também dobraram. Em contrapartida, as operações comerciais e remessas de lucros continuam com alíquota zero. Segundo o g1, a ideia é desacelerar a economia para permitir uma futura redução na taxa Selic.

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, destacou que a política fiscal expansionista dos últimos anos dificultou a redução das taxas de juros. De acordo com Rafael Cardoso, do Banco Daycoval, uma política fiscal que mantém forte a demanda econômica leva a uma postura conservadora do Banco Central. Nesta semana, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, comentou que manter taxas altas por mais tempo pode ser necessário. Analistas apontam que o descompasso entre governo e BC tem complicado o controle da inflação, pressionando a taxa de juros.

Em paralelo, foi anunciado um bloqueio de R$ 31 bilhões no orçamento deste ano como parte das medidas econômicas. A equipe econômica busca harmonizar arrecadação e gastos públicos com a estratégia da taxa de juros. A expectativa é que essas ações permitam uma redução mais cedo na taxa Selic, ajudando a controlar a inflação e estabilizar a economia no médio prazo. O Ministério da Fazenda, responsável por essas medidas, ressaltou que o objetivo é equilibrar a política fiscal e monetária do país.