ECONOMIA


Eletrobras tem prejuízo de R$ 81 milhões no 1º trimestre de 2025

Revisão da base de ativos da Chesf impacta resultado contábil; empresa destaca queda de despesas e avanço em obras estratégicas

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Eletrobras registrou prejuízo de R$ 81 milhões no primeiro trimestre de 2025, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (14). De acordo com a companhia, o resultado foi impactado principalmente pela revisão da base regulatória de ativos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O ajuste contábil provocou um impacto negativo de R$ 952 milhões no balanço do período.

Apesar do resultado negativo, a empresa listou avanços operacionais. As despesas com pessoal, material, serviços e outros (PMSO) apresentaram queda de 28% em relação ao último trimestre de 2024 e de 8% na comparação com o mesmo período do ano passado. A redução, segundo a Eletrobras, reflete iniciativas de reestruturação organizacional e adequação do quadro de pessoal.

Outro ponto destacado pela companhia foi a continuidade na redução da dívida relativa aos empréstimos compulsórios. O estoque da dívida caiu R$ 2,9 bilhões em relação ao primeiro trimestre de 2024, totalizando R$ 13,1 bilhões. Em 2022, esse valor era de R$ 26,1 bilhões. Os empréstimos compulsórios foram cobrados nas contas de luz de consumidores entre as décadas de 1970 e 1990 para financiar o setor elétrico, gerando disputas judiciais que agora vêm sendo resolvidas.

“Estamos cada vez mais focados no crescimento da companhia e no reforço de investimentos. É um novo momento”, afirmou o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro. Segundo ele, a queda nas despesas operacionais e a redução das provisões são reflexos da estratégia de tornar a empresa mais eficiente, sem comprometer a segurança de pessoas, ativos e do meio ambiente.

Investimentos

A Eletrobras investiu R$ 912 milhões no primeiro trimestre deste ano, valor 25% menor do que o registrado no mesmo período de 2024. A retração é explicada pela conclusão do parque eólico Coxilha Negra, localizado em Santana do Livramento (RS), que entrou em operação em abril com capacidade de 302,4 MW e investimentos superiores a R$ 2,4 bilhões.

Entre os principais projetos em andamento, a companhia destacou o avanço das obras do Linhão Manaus-Boa Vista, que já está com 87% da infraestrutura concluída e previsão de finalização para o segundo semestre de 2025. A obra, paralisada por mais de uma década, vai integrar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), com investimento total de R$ 3,3 bilhões.