BRASIL


Ex-presidente do INSS recebia R$ 250 mil mensais em propina, aponta PF

Relatório da Operação Sem Desconto indica pagamentos contínuos entre 2023 e 2024

Foto: Lula Marques/ Agência Braasil

 

A Polícia Federal apontou que o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, preso nesta quinta-feira (13) durante mais uma fase da Operação Sem Desconto, recebia mensalmente R$ 250 mil em propina. Segundo o relatório que embasa a investigação, quase todos os pagamentos ocorreram entre junho de 2023 e setembro de 2024, período em que ele ocupava funções estratégicas no instituto.

A investigação aponta que os pagamentos estavam vinculados ao esquema de fraudes que movimentou associações e empresas suspeitas de lesar aposentados e pensionistas, mediante contratos irregulares e obtenção indevida de dados de segurados. A propina abastecia um circuito de vantagens indevidas dentro do INSS, segundo os investigadores, envolvendo operadores financeiros e agentes públicos responsáveis por facilitar o avanço das fraudes.

A PF segue analisando documentos e registros apreendidos nesta fase, que também teve como alvos o deputado federal Euclydes Pettersen e o ex-ministro da Previdência José Carlos Oliveira. Enquanto a CGU e o INSS já acumulam mais de 50 processos administrativos contra entidades ligadas ao esquema, a investigação agora busca mapear com detalhamento o fluxo dos pagamentos que teriam sustentado o esquema milionário de corrupção e favorecido Stefanutto durante sua gestão.