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Empresária ligada a Lulinha orientou descarte de celulares após início de operação da PF

Mensagens obtidas pela Polícia Federal indicam tentativa de destruir provas no esquema de fraude no INSS investigado pela Operação Sem Desconto

Foto: Reprodução / Instagram

 

A empresária Roberta Luchsinger, alvo de mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira (18), é investigada pela Polícia Federal por supostamente orientar o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, a descartar seus celulares logo após o início da Operação Sem Desconto. As mensagens, trocadas em abril de 2025, são vistas pelos investigadores como uma tentativa de eliminar possíveis provas do esquema de desvios em aposentadorias e pensões.

Segundo a PF, Roberta integra o “núcleo político” da organização criminosa liderada por Antunes. Ela é apontada como responsável por movimentações financeiras, ocultação de patrimônio e gestão de estruturas empresariais usadas para lavagem de dinheiro. Uma planilha apreendida indica repasses que somam R$ 1,5 milhão à empresa da investigada, a RL Consultoria e Intermediações Ltda.

Parte das conversas analisadas faz referência a um pagamento que seria destinado ao “filho do rapaz”, menção que os investigadores avaliam como possível alusão a Fábio Luís Lula da Silva, que, até o momento, não é alvo da operação. Em outro momento, Roberta teria buscado tranquilizar o lobista, comparando o caso atual a episódios anteriores envolvendo o filho do presidente.

A Procuradoria-Geral da República pediu medidas cautelares contra a empresária, como a entrega do passaporte e a proibição de contato com outros investigados. As apurações seguem em andamento e miram um esquema nacional de descontos ilegais em benefícios do INSS, com prejuízos bilionários a aposentados e pensionistas.