BRASIL


Correios planeja desligar pelo menos 10 mil empregados de modo voluntário

Programa terá duas etapas, uma delas com metas específicas por área ou unidades a serem reduzidas

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

Os Correios planejam desligar ao menos 10 mil empregados por meio de um novo programa de demissão voluntária (PDV), parte do plano de reestruturação da estatal. O corte de pessoal é considerado essencial para viabilizar o empréstimo de R$ 20 bilhões buscado pela empresa, cuja concessão pelos bancos depende de sinais concretos de ajuste nas contas. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

A estatal vive uma crise financeira aguda: acumula prejuízos desde 2022 e deve encerrar 2025 com rombo de R$ 10 bilhões. Sem novos recursos, projeções internas apontam que o déficit pode chegar a R$ 20 bilhões em 2026 e, em cenário extremo, atingir R$ 70 bilhões em cinco anos, devido a multas contratuais e atrasos nos pagamentos a fornecedores.

A meta final do PDV ainda é discutida, mas o número de 10 mil desligamentos é tratado como mínimo. A empresa tem cerca de 85 mil funcionários, e o gasto com pessoal responde por 72% dos custos totais. O programa deve ocorrer em duas fases: a primeira com critérios tradicionais de idade e tempo de serviço; a segunda com metas específicas por área ou unidade, baseadas em um estudo de produtividade encomendado pela estatal.

Os Correios possuem cerca de 10 mil unidades de atendimento, das quais 7.000 são agências próprias ou franqueadas. Apenas 15% são superavitárias, segundo relatório de 2024. A empresa pretende identificar agências sobrepostas — casos em que duas unidades operam próximas sem necessidade — para unificar operações e estabelecer metas de adesão ao PDV nessas localidades, com possibilidade de remanejamento de parte do pessoal.