ECONOMIA


Motta nega traição ao governo Lula em derrota do IOF e vê tentativa de ‘polarização social’

Presidente da Câmara responde por vídeo em rede social a discurso do governo de defender decretos como justiça tributária

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou ter traído o governo Lula (PT) ao colocar em votação a derrubada dos decretos que aumentavam as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Em vídeo publicado nas redes sociais neste domingo (30), Motta rebateu críticas do Executivo e afirmou que não atender aos alertas do Congresso é ser cúmplice, não leal.

“Capitão que vê barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria de IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento”, afirmou.

A votação impôs uma derrota ao Palácio do Planalto, que sustentava que a medida visava promover justiça social, ao elevar a carga tributária de setores com maior renda. Motta, por sua vez, disse que o discurso de “justiça tributária” visa alimentar o que chamou de “polarização social”.

“Presidente de qualquer Poder não pode servir ao seu partido. Tem que servir ao seu país”, completou o deputado, negando que o Planalto tenha sido pego de surpresa com a votação.

No vídeo, o presidente da Câmara fez críticas ainda à postura do governo de criticar a decisão do Congresso, afirmando que “quem alimenta o nós contra eles acaba governando contra todos”.

“A polarização política tem cansado muita gente, agora querem criar a polarização social”, disse ainda. Ele citou outras medidas aprovadas pela Câmara na mesma semana da derrubada do IOF como demonstrações de propostas positivas para a sociedade: a medida provisória (MP) que libera R$ 15 bilhões para habitação social e o projeto de crédito consignado privado.