BAHIA


Católicos se mantêm como maioria na Bahia, mas diversidade religiosa cresce; veja números

Dados relacionados ao Censo Demográfico 2022 foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (6)

Foto: Fábio Marconi

 

Apesar de ainda ser majoritariamente católica, a Bahia tem percebido uma mudança no comportamento da população quando o assunto é diversidade religiosa. Dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (6), mostram que essa pluralidade de crenças, nos últimos 12 anos, registrou crescimento.

Isso se deve, segundo o órgão federal, a uma queda na proporção de católicos e aumento da presença evangélica, de religiões de matriz africana e do número de pessoas sem religião.

Segundo os dados, 57% da população baiana com 10 anos ou mais se declara católica – o que representa 7.002.933 pessoas. Apesar da maioria, essa participação caiu em relação a anos anteriores. O índice é próximo ao registrado no país, onde 56,7% da população brasileira se declara católica.

Os evangélicos seguem como o segundo maior grupo religioso do estado, representando 23,3% da população, ou 2.869.362 pessoas. A Bahia tem o quarto maior número absoluto de evangélicos do Brasil, embora ocupe apenas a 20ª posição entre as 27 unidades da Federação em termos proporcionais.

Outros grupos com presença relevante incluem os adeptos da umbanda ou candomblé e os espíritas, ambos com cerca de 1% da população cada. O estado ocupa a quarta colocação nacional tanto em número quanto em proporção de seguidores de religiões de matriz africana, atrás apenas de Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

Um grupo que também cresce é o das pessoas sem religião, que inclui agnósticos e ateus. Na Bahia, elas somam 1.586.137 pessoas, representando 12,9% da população com 10 anos ou mais – um número superior à média nacional, de 9,3%.

Salvador tem menos da metade da população católica pela primeira vez

Em Salvador, capital baiana, os dados do Censo 2022 marcam uma mudança histórica: pela primeira vez, menos da metade da população é católica. Dos moradores com 10 anos ou mais, 947.032 (44%) se declaram católicos.

Os evangélicos aparecem em segundo lugar, com 523.449 pessoas, o equivalente a 24,3% da população. A capital tem o sétimo maior contingente evangélico entre as capitais, embora a proporção local esteja entre as menores do país (22ª colocação).

Por outro lado, a capital baiana se destaca nacionalmente na presença de religiões de matriz africana. Em Salvador, 59.925 pessoas (2,8%) se declaram praticantes de umbanda ou candomblé, a maior participação proporcional entre as capitais.

Os espíritas somam 51.765 pessoas (2,4%), o que dá a Salvador o 6º maior número absoluto de espíritas entre as capitais, ainda que ocupando apenas a 14ª posição em proporção populacional.

Já os sem religião representam 18,5% dos soteropolitanos com 10 anos ou mais, ou 398.068 pessoas — quase duas em cada dez. Assim como no estado, eles formam o terceiro maior grupo da capital.