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PF identifica voo de 1ª classe que levou Lulinha e Careca do INSS juntos a Portugal

Documentos mostram que a viagem entre São Paulo e Lisboa ocorreu em novembro do ano passado

Foto: Reprodução

 

A Polícia Federal reuniu documentos que confirmam uma viagem realizada por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, ao lado do empresário Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois embarcaram em um voo de primeira classe partindo de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Lisboa, no dia 8 de novembro do ano passado. As informações são da coluna Andreza Matais, no Metrópoles.

Os registros obtidos pela PF detalham inclusive os assentos ocupados pelos passageiros. O Careca do INSS viajou na poltrona 3A, enquanto Lulinha ocupava o assento 6J. Ambos estavam acomodados na primeira classe e em lugares junto à janela.

A viagem ocorreu no voo Latam JJ–8148. A informação sobre o deslocamento conjunto dos dois para Portugal foi inicialmente apresentada em depoimento por Edson Claro, ex-funcionário do Careca do INSS. A lista oficial de passageiros do voo, agora em posse da Polícia Federal, confirma o relato.

No início deste mês, a base governista na CPMI do INSS conseguiu barrar um requerimento que pedia à Latam o envio da lista de passageiros do voo JJ–8148. Apesar disso, a Polícia Federal obteve os documentos de forma independente no curso da investigação.

De acordo com Edson Claro, essa não teria sido a única viagem feita por Lulinha ao lado do Careca do INSS. Segundo o depoente, os custos das viagens eram arcados pelo empresário. Ele também afirmou que Lulinha receberia uma espécie de “mesada”, estimada em cerca de R$ 300 mil por mês, além de um pagamento único de R$ 25 milhões.

Um voo internacional em primeira classe operado pela Latam pode custar entre R$ 14 mil e R$ 25 mil. A categoria oferece poltronas que reclinam totalmente, formando camas, além de atendimento personalizado e carta de vinhos selecionados, com rótulos avaliados em até R$ 800.

Conforme revelado pela coluna, Lulinha se mudou para Madri, na Espanha, em meados deste ano. A mudança chamou a atenção de parlamentares da oposição na CPMI do INSS, que levantaram a hipótese de o filho do presidente ter tido acesso prévio às investigações ou de ter deixado o país após a consolidação da comissão no Congresso.

Nessa segunda-feira (15), durante um café da manhã com jornalistas, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que não poderia comentar eventuais investigações envolvendo Lulinha no âmbito do caso conhecido como Farra do INSS, por estarem sob sigilo. E completou: “infelizmente surgiu essa possibilidade”.