ESPORTE


Reeleição de Fábio Mota mantém poder concentrado no Vitória, critica oposição

Advogado Vagner Santana, candidato ao Conselho Deliberativo, diz que resultado do pleito consolida um modelo de gestão fechado, com pouca abertura para contestação externa

Foto: Divulgação/Vagner Santana

 

O advogado Vagner Santana, candidato ao Conselho Deliberativo, o resultado da eleição que manteve Fábio Mota na presidência do Vitória representa a consolidação de um modelo de gestão fechado, com pouca abertura para contestação externa. Com 5.147 votos válidos, Fábio venceu com folga o seu único oponente, o deputado Marcone Amaral, da chapa “Aliança Vitória SAF”, em pleito realizado no sábado (13), no Barradão.

O novo mandato tem duração de três anos (2026 – 2028).

Segundo Santana, o desfecho da disputa garantiu à situação o controle simultâneo dos conselhos Gestor, Deliberativo e Fiscal. Em sua avaliação, os números evidenciam a concentração de poder. A chapa da situação elegeu 119 conselheiros contra 31 da oposição no Conselho Deliberativo e assegurou sete das nove vagas no Conselho Fiscal.

Para o advogado, essa composição cria um ambiente de hegemonia política que fragiliza o papel fiscalizador dos conselhos e concede liberdade quase total à atual direção para definir os rumos administrativos do clube.

O advogado também critica o discurso esportivo adotado pela gestão de Motta. “O Vitória viveu, sob o mesmo comando, a queda para a Série C, o retorno à Série B, o título da segunda divisão e, atualmente, a disputa da Série A com foco exclusivo na permanência. Para Santana, transformar esse ciclo em marco histórico revela um projeto de ambição limitada, baseado apenas em subir ou evitar o rebaixamento, sem planejamento consistente de longo prazo”, diz.

Durante a campanha, Vagner Santana esteve alinhado a movimentos de oposição que apontaram falta de transparência, crescimento da dívida nos exercícios de 2023 e 2024, enfraquecimento das categorias de base e uma condução centralizadora do clube.

De acordo com ele, essas críticas foram neutralizadas pelo uso da máquina administrativa e por um discurso que normaliza resultados modestos. Com o fim da eleição, afirma, o Vitória inicia mais um ciclo sob o mesmo comando, adiando mudanças estruturais consideradas essenciais para o futuro do clube.