ECONOMIA


Produtos baianos afetados pelo tarifaço dos EUA registram queda de 42,8% nas exportações, aponta Fieb

Setores químico, metalúrgico e alimentício foram os mais impactados, enquanto produtos isentos tiveram crescimento

Foto: Reprodução/Shutterstock

 

Os primeiros efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos já começam a impactar a economia baiana. Segundo análise da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), os produtos diretamente sujeitos às sobretaxas registraram queda de 42,8% nas exportações de julho para agosto de 2025, mesmo com o aumento geral das vendas para os EUA, que cresceram 9,8% no período.

Entre os setores mais atingidos estão os segmentos químico/petroquímico, metalúrgico e de alimentos. Produtos como manteiga de cacau, celulose, magnésia calcinada, ferroligas e calçados tiveram suas vendas significativamente reduzidas. Alguns itens, como butadieno não saturado e ferrosilício, chegaram a ter suas exportações totalmente interrompidas.

Por outro lado, itens isentos de sobretaxa registraram crescimento expressivo, com aumento de 136,7% nas vendas. Alguns produtos que receberam tarifas elevadas, como mangas e pneus de ônibus, também tiveram alta nas exportações, o que pode indicar antecipação de embarques antes da vigência das tarifas, iniciada em 6 de agosto.

De acordo com a FIEB, na análise anual, comparando agosto de 2025 com o mesmo mês de 2024, o total exportado pelo estado caiu 35,7%, enquanto as vendas para os EUA recuaram 11,6%. Os produtos afetados pelas tarifas tiveram queda de 22%, ao passo que os itens livres da sobretaxa registraram leve recuo de 4,2%.

Apesar da avaliação sobre os primeiros impactos, a entidade alerta que ainda é cedo para mensurar completamente os efeitos do tarifaço. “A instituição alerta que o comportamento observado pode ter sido influenciado por estratégias de antecipação ou adaptação adotadas por exportadores e compradores americanos desde o anúncio da medida, no início de julho”, disse.

“Além disso, uma nova lista de produtos isentos foi divulgada pelo governo americano no próprio dia 9 de setembro, o que pode alterar novamente a dinâmica comercial. A análise detalhada de quais produtos baianos serão beneficiados por essa revisão ainda está em andamento”, completou.