ECONOMIA


Apesar de redução no diesel, Petrobras não deve baixar preço da gasolina

Pressões internacionais e demanda nos EUA afetam política de preços da estatal

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

A Petrobras anunciou que manterá o preço da gasolina nas refinarias, mesmo após três cortes consecutivos no valor do diesel em 2025. Segundo a estatal, o cenário atual não favorece uma redução no preço da gasolina devido ao aumento das cotações internacionais, impulsionado pela chegada do verão no Hemisfério Norte. Essa estação é conhecida por um aumento significativo no consumo de combustível nos Estados Unidos durante a chamada “driving season”, a temporada de férias em que muitas pessoas viajam de carro.

Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, ressaltou que, ao contrário do diesel, que apresenta uma tendência de queda no mercado internacional, a gasolina vive um momento de alta. Durante uma teleconferência com analistas, Schlosser explicou que a volatilidade dos mercados e a margem de lucro do refino estão pressionadas, e a empresa tem adotado uma política de preços que considera múltiplas métricas além da paridade de importação. Na abertura do mercado desta terça-feira, a Petrobras vendia gasolina R$ 0,05 acima da paridade de importação calculada pela Abicom.

Apesar de o preço da gasolina não ter sido alterado desde julho de 2024, a estatal realizou quatro ajustes no preço do diesel em 2025: um aumento em fevereiro e três reduções a partir de abril. Esta última redução ocorreu após a cotação do petróleo ser afetada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China. Schlosser afirmou que a empresa avalia individualmente cada produto, destacando que o diesel vendido pelas refinarias da Petrobras estava R$ 0,05 por litro abaixo da paridade calculada pela Abicom na abertura do mercado.

A Folha de S.Paulo, que reportou a notícia, destaca que a manutenção do preço da gasolina pode impactar a inflação e, consequentemente, a política monetária do país, já que o produto tem grande peso no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já havia sinalizado que a empresa não pretende repassar as volatilidades do mercado internacional ao consumidor brasileiro, mantendo assim a estabilidade no preço da gasolina.