Advogados de réus da trama golpista recorrem à inteligência artificial para preparar defesa
As ferramentas auxiliam em tarefas como, por exemplo, pesquisa de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF)

Antônio Augusto/TSE
Advogados que representam réus investigados na suposta trama golpista que teria como objetivo manter Jair Bolsonaro no poder estão utilizando ferramentas de inteligência artificial (IA) como parte de suas estratégias de defesa.
De acordo com a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, programas como Claude, Gemini e Jurídico AI estão sendo usados por diferentes escritórios de advocacia que atuam no caso.
As ferramentas auxiliam em tarefas como: pesquisa de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF);
elaboração de teses jurídicas; resumos de textos processuais volumosos; e correção ortográfica e formatação de peças jurídicas.
Com mais de 20 volumes e milhares de páginas, os autos do processo desafiam até mesmo os escritórios mais estruturados. “A inteligência artificial é uma espécie de assistente virtual. O escritório ganha agilidade”, explicou um dos advogados, sob anonimato.
Apesar da eficácia, os defensores têm evitado divulgar publicamente o uso de IA, temendo desgastes na imagem profissional e receios com a confiabilidade e limites éticos do uso indiscriminado da tecnologia, especialmente em um dos processos mais relevantes da história do STF.
Dois escritórios informaram que os gastos com inteligência artificial chegam a R$ 8 mil a R$ 10 mil por mês. Algumas empresas que prestam o serviço cobram mensalidades fixas de até R$ 3 mil, além de tarifas variáveis como R$ 0,50 por página lida pelos sistemas.