SAÚDE


Unimed é alvo de operação em Salvador por suspeita de falhas no atendimento a crianças com TEA

Há indícios de estelionato, falsidade ideológica, exercício ilegal da profissão e publicidade enganosa; operadora diz atuar em conformidade com todos os preceitos definidos pela ANS

Imagem: Divulgação/Polícia Civil da Bahia

 

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (21) a Operação Neurodignos, que mira supostas irregularidades da Central Nacional Unimed (Unimed CNU) e clínicas credenciadas e conveniadas de Salvador voltadas ao atendimento de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Segundo as investigações, há indícios de estelionato, falsidade ideológica, exercício ilegal da profissão e publicidade enganosa.

O edifício da Unimed na avenida Paulo VI, na Pituba, foi alvo de mandados de busca e apreensão. As clínicas investigadas no caso não tiveram seus nomes divulgados.

Procurada pelo MundoBA, a Unimed CNU disse que reforça seu compromisso permanente com a qualidade e o cuidado na assistência à saúde de seus beneficiários. A operadora também afirma atuar em conformidade com todos os preceitos definidos pela ANS (Agência nacional de Saúde) e reitera seu “compromisso com a transparência, a excelência, a segurança e o respeito no atendimento de todos os seus clientes”.

“A cooperativa está colaborando integralmente com as autoridades responsáveis, confiante na completa apuração dos fatos”, informou em nota.

De acordo com as apurações, algumas clínicas anunciavam atendimento multidisciplinar, com profissionais como terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos e pedagogos, mas, em muitos casos, não possuíam os especialistas habilitados.

A Unimed também é investigada por práticas conhecidas como navegação abusiva, quando interrompe o tratamento e redireciona a criança para outra clínica sem justificativa técnica, prejudicando a continuidade terapêutica e o vínculo com a equipe.

Outras denúncias relatam a substituição de métodos prescritos, a recusa em aplicar terapias indicadas nos relatórios médicos, a redução do número de sessões ou a realização de atendimentos coletivos, contrariando prescrições de atendimento individualizado.