SAÚDE


Saiba como tratar dores da endometriose no clima frio

Ginecologista desvenda a relação entre clima baixo, sintomas e explica como gerenciar a doença de forma eficaz

Foto: Reprodução/Freepik

 

O inverno costuma aumentar os sintomas da endometriose em diversas mulheres. Alexandre Amaral, ginecologista especialista em cirurgia minimamente invasiva e responsável técnico pelo Núcleo de Endometriose e Fertilidade (NEF) da Bahia, esclarece que o frio pode estimular dores devido a inúmeras reações fisiológicas. Através da vasoconstrição dos vasos sanguíneos e a rigidez muscular, o desconforto aumenta, principalmente em uma situação de inflamação e dor crônica como a endometriose.

Segundo o especialista, o frio provoca contração involuntária da musculatura, inclusive da região pélvica, o que aumenta a dor em áreas que já são sensíveis aos focos da doença. “Esse contexto leva à vasoconstrição periférica dos vasos sanguíneos, diminuindo a oxigenação dos tecidos, o que contribui para agravar os processos inflamatórios já existentes e tornar ainda mais intenso o desconforto pélvico”, destaca Alexandre. Ele afirma que, apesar de não haver comprovação científica relacionando o frio à dor em pacientes com a doença, relatos clínicos indicam que os sintomas tendem a piorar durante os meses mais frios.

A fim de diminuir os efeitos das temperaturas baixas, o ginecologista recomenda métodos que une o conforto térmico e cuidados médicos.“Manter o corpo aquecido, usar bolsas térmicas sobre a região pélvica, praticar atividades físicas leves e alongamentos são medidas que ajudam a aliviar as tensões”, orienta.

Alexandre acrescenta ainda a importância de um diagnóstico certeiro e de um plano de manejo individualizado, que garanta o controle da dor, ajustes no estilo de vida e acompanhamento regular. Nos casos de endometriose severa que podem comprometer órgãos como intestinos, bexiga e ligamentos pélvicos, deve-se cogitar intervenções como cirurgia laparoscópica ou robótica, pela sua precisão e menor tempo de recuperação. “Um plano bem estruturado, com base nas particularidades de cada paciente, é essencial para garantir qualidade de vida mesmo nos períodos mais frios”, conclui o ginecologista.