SAÚDE


Estudo brasileiro identifica microplástico em placentas e cordões umbilicais

Pesquisa inédita analisou amostras de gestantes no estado de Alagoas

Foto: Arquivo/Andre Borges/Agência Brasília

Uma pesquisa inédita realizada em Maceió (AL) identificou a presença de microplásticos em todas as amostras de placentas e cordões umbilicais analisadas de gestantes atendidas pelo SUS. É o primeiro estudo do tipo na América Latina e o segundo no mundo a comprovar a presença dessas partículas nos cordões. Os resultados foram publicados nesta sexta-feira (25) na revista Anais da Academia Brasileira de Ciências.

A análise, feita com técnica de espectroscopia de alta precisão, encontrou mais microplásticos nos cordões do que nas placentas — sinal de que os bebês estão sendo expostos ainda no útero. Os principais compostos detectados foram polietileno e poliamida, usados em embalagens e tecidos sintéticos.

A pesquisa foi liderada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com apoio da Universidade do Havaí e financiamento da Fapeal, CNPq e Finep. Agora, os pesquisadores buscam ampliar a amostragem e investigar possíveis impactos da contaminação no desenvolvimento dos bebês.

Para o coordenador Alexandre Urban Borbely, o estudo aponta para um problema de saúde pública que exige medidas regulatórias urgentes: “Toda essa geração já nasce exposta ao plástico dentro do útero. A solução precisa vir de políticas que controlem a produção e o descarte de plástico no país.”