SAÚDE


Dezembro Laranja reforça alerta para prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele

Dermatologista do Itaigara Memorial destaca fatores de risco, cuidados diários e sinais de atenção para identificar a doença ainda no início

Foto: Reprodução/Freepik

 

O câncer de pele segue como o tipo de tumor mais frequente no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), e permanece como um desafio relevante para a saúde pública. A campanha Dezembro Laranja, realizada em todo o país, chama a atenção para a importância da prevenção contínua e do acesso à informação, especialmente em um contexto de alta exposição solar.

De acordo com a dermatologista do Itaigara Memorial, Ariene Paixão, a exposição ao sol sem proteção adequada é o principal fator de risco. Ela ressalta que o uso de protetor solar deve fazer parte da rotina diária, independentemente das condições climáticas.

“A exposição solar sem proteção é o principal fator de risco para o câncer de pele. Contudo, é importante lembrar que o protetor solar deve ser utilizado todos os dias, mesmo quando o céu está nublado, porque a radiação ultravioleta atravessa as nuvens e continua agindo na pele. Esses danos são cumulativos e, ao longo dos anos, aumentam significativamente o risco de lesões malignas. A fotoproteção precisa ser incorporada à rotina diária, assim como escovar os dentes, e não ficar restrita apenas aos momentos de lazer ou à ida à praia”, afirmou a especialista.

Além do filtro solar, a médica destaca a importância de medidas complementares. “Óculos escuros com proteção UV, chapéus de aba larga e camisas com tecidos apropriados fazem a diferença para evitar queimaduras e diminuir o impacto da radiação. É um conjunto de cuidados que, somados, ajudam a prevenir o câncer de pele”, acrescenta.

Outro ponto central da campanha é o estímulo ao autoexame da pele, por meio da chamada regra ABCDE, que auxilia na identificação de sinais suspeitos em pintas e manchas. A assimetria, bordas irregulares, cores variadas, diâmetro maior que 6 milímetros e evolução da lesão são critérios que indicam a necessidade de avaliação médica. “Qualquer marca ou pinta que apresente uma dessas características já é motivo para procurar avaliação médica. Quanto antes identificamos, mais eficaz é o tratamento”.

A especialista lembra ainda que, embora o melanoma seja menos frequente, é o tipo mais agressivo da doença. Já os carcinomas basocelular e espinocelular, mais comuns, costumam apresentar bom prognóstico quando detectados precocemente. “O diagnóstico precoce possibilita intervenções menos invasivas e reduz complicações. A diferença no prognóstico entre identificar cedo ou tardiamente é muito significativa”, destaca a médica.