SALVADOR


Renovação de contrato foi mais viável, diz prefeito sobre aterro suspeito de crime ambiental

Reportagem da CNN afirma que prorrogação por 20 anos foi feita sem licitação nem debate público; questionado, Bruno Reis não menciona possíveis irregularidades

Foto: Eduardo Costa/MundoBA

O prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou nesta segunda-feira (28) que a renovação do contrato de concessão do AMC (Aterro Metropolitano Centro) por mais 20 anos foi a solução “economicamente mais viável” para a gestão municipal. Ele, no entanto, não menciona as supostas práticas de crimes ambientais atribuídas à empresa que explora o espaço, a Battre, segundo reportagem da CNN. 

“Primeiro, nós renovamos a concessão do aterro, que estava previsto contratualmente. Era um caminho que a gestão poderia seguir, se tornou o caminho economicamente mais vantajoso porque existia uma série de demandas e de pleitos de correção, de equilíbrio do contrato que, se a prefeitura fosse pagar, iria onerar ainda mais os cofres públicos”, disse o prefeito.

A CNN diz que o 22º Termo Aditivo do Contrato de Concessão mostra que a renovação contratual foi feita sem abertura de licitação nem debate público. 

De acordo com Bruno Reis, o aterro tem ainda pelo menos seis anos de licenças já autorizadas. “Naturalmente, a concessionária vai buscar a renovação das licenças ambientais para inclusive poder ampliar pelo prazo que foi prorrogado. Caso não consiga, a gente vai ter que identificar uma outra área, um outro aterro para Salvador. Aí, naturalmente, vai se buscar um outro formato, uma outra solução para a gestão desse outro espaço”, afirmou, durante um evento no Palacete Tira-Chapéu, no Centro Histórico.

O aterro começou a funcionar em 1999, na microbacia do rio Itinga, dentro da sub-bacia do rio Ipitanga e da bacia hidrográfica do rio Joanes todas áreas com mananciais usados para abastecimento de Salvador. A Battre é uma empresa privada ligada ao Grupo Solví, que diz ter em seu DNA “o compromisso de proteger o meio ambiente”.

Conforme a CNN, há 20 anos, o Ministério Público da Bahia instaurou inquérito civil para apurar impactos ambientais provocados pela destinação irregular de resíduos sólidos no local. Entre os problemas detectados estão o carreamento do material para rios e córregos e o assoreamento de corpos hídricos.

Pesquisas da Ufba (Universidade Federal da Bahia) apontam o comprometimento da qualidade das águas superficiais e subterrâneas no aterro. Os estudos também demonstram falhas no monitoramento da água contaminada.