SALVADOR


Prefeitura da capital adota medidas para prevenir acidentes de trânsito

Recentemente, Salvador foi citada como caso de sucesso no guia internacional “Designing for Safe Speeds”, que reúne 86 exemplos de ruas mais seguras, lentas e centradas nas pessoas em todo o mundo

Foto: Jefferson Peixoto / Secom PMS

 

Para aumentar a segurança viária de pedestres, ciclistas, corredores, motoristas e demais envolvidos no trânsito da capital baiana, a prefeitura adotou nos últimos anos, por meio da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), um conjunto expressivo de ações, desde a ampliação da malha cicloviária à redução da velocidade em algumas vias, como o projeto de velocidade segura Zona 30, além da orientação de condutores em mobilizações e capacitações.

Gerente de Educação para o Trânsito da Transalvador, Myriam Bastos destaca, além dessas medidas, o fechamento de uma via importante da cidade para a prática de atividades físicas, às terças e quintas de manhã e aos domingos e feriados. “Aos domingos e feriados, a Transalvador promove o projeto Ruas de Lazer na Avenida Magalhães Neto, bloqueando o tráfego de veículos na via, das 7h às 17h; e às terças e quintas a autarquia implanta uma Área de Proteção ao Ciclista de Competição no local, das 4h às 5h30”, afirma.

Recentemente, Salvador foi citada como caso de sucesso no guia internacional “Designing for Safe Speeds”, que reúne 86 exemplos de ruas mais seguras, lentas e centradas nas pessoas em todo o mundo. O documento destaca a Zona 30 implementada em 2021 pela Prefeitura no Bonfim. A iniciativa reduziu o limite de velocidade de 50 km/h para 30 km/h e requalificou 400 m² de espaço.

Myriam acrescenta que a Transalvador realiza também um trabalho educativo e de conscientização por meio de campanhas de mobilização e da realização de palestras em escolas, empresas e organizações. “A Gerência de Educação para o Trânsito conta com diversos programas, a exemplo do Cidadão no Trânsito, voltado para a educação de crianças da Educação Básica e jovens e adultos do Ensino Superior. Então, nós temos uma ação focada em ciclos de palestras: algumas voltadas para crianças, outras para os adolescentes e outras para os alunos do Ensino Superior. Além disso, as empresas também podem solicitar esse trabalho educativo”, diz.

A profissional da Transalvador reforça que os motoristas de automóveis precisam colocar em prática as regras de direção defensiva. “A legislação diz que os condutores de maior porte precisam sempre respeitar os de menor porte e mais vulneráveis, a exemplo dos motociclistas, ciclistas e pedestres. Além disso, alertamos aos condutores dos veículos de maior porte que respeitem o Código de Trânsito Brasileiro, que prevê, entre outras normas, a necessidade mínima de distância de 1,5 metro do ciclista, para que ele não seja derrubado ou vitimizado durante a sua circulação”, diz.

A gerente de Educação para o Trânsito pontua ainda a importância de respeitar a legislação para evitar consequências que poderão trazer impactos negativos para toda a vida. “A imprudência e a negligência têm ceifado vidas, então é sempre importante alertar as pessoas de que é proibida a combinação de álcool com direção, o excesso de velocidade, que é um dos principais fatores de risco, e também o uso de celular durante a condução veicular e de bicicletas”, afirma.

Em complemento às ações da Transalvador, o Movimento Salvador Vai de Bike (MSVB) realiza o curso Motorista Vai de Boa, voltado para os motoristas de ônibus da capital. A ação ocorre por meio de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) e as empresas que integram os consórcios de ônibus de Salvador. A cada trimestre, em média, quatro turmas são capacitadas, com 100 motoristas por turma. Até o momento, mais de 4,1 mil motoristas já foram capacitados.

Durante a formação, os profissionais passam por um simulado prático, onde se posicionam como ciclistas enquanto um ônibus passa ao lado da bicicleta onde eles estão. “O objetivo é mobilizar os rodoviários quanto à importância de manter uma harmonia no tráfego, garantindo que o respeito no trânsito seja cada vez mais comum para esses profissionais. A campanha leva aos motoristas uma nova visão, do ponto de vista do ciclista, e busca sempre a segurança, sensibilizando os motoristas com aulas teóricas em sala e também por meio da experiência prática de se colocarem no lugar do ciclista”, afirma a coordenadora do MSVB, Liana Oliveira.

Dicas

Liana dá ainda algumas dicas para os ciclistas no tráfego. “A primeira dica é preventiva: manter os sentidos e a atenção plena enquanto estiver no trânsito, pedalando. Isso envolve não utilizar o celular e especialmente os fones de ouvido, que podem ser extremamente prejudiciais porque nos privam da audição. Portanto, desaconselhamos fortemente o uso de fones de ouvidos, que impedem de acompanhar os sons do trânsito e da cidade ao redor”, aponta. Além disso, ela reforça a importância de respeitar a sinalização e evitar pedalar na contramão.

Diretor-técnico e treinador da Assessoria Esportiva Cuba Swim Bike Run, Fábio Cuba complementa as orientações: “Aos ciclistas, eu recomendo que prefiram ciclovias, ciclofaixas e vias com pouco tráfego, sempre que possível; evitem trechos perigosos, como rodovias sem acostamento, túneis e vias mal iluminadas; e aproveitem a Área de Proteção ao Ciclista de Competição na Avenida Magalhães Neto, que foi uma conquista nossa”.

Aos corredores, ele aconselha optar por parques, pistas de corrida e calçadões ao invés de ruas movimentadas. “Caso corram em via pública, preferir o sentido contrário ao tráfego de veículos, para visualizar os carros vindo; evitar calçadas muito estreitas ou mal conservadas e evitar correr em horários de pouca visibilidade”, acrescenta Fábio.

Myriam também recomenda o uso de roupas adequadas pelos corredores: “O ideal é usar roupas claras, calçados seguros e procurar ficar numa posição de visibilidade para ver e ser visto pelos condutores. Tanto corredores como ciclistas e motociclistas precisam tomar cuidado também com o ponto cego, áreas ao redor dos automóveis que não podem ser vistas de modo direto pelo condutor”, afirma a profissional da Transalvador.