SALVADOR


Prefeito cita custo de R$ 1,033 bi com transporte e descarta tarifa zero: ‘Só se fechar UPAs’

Bruno Reis (União Brasil) afirmou que 95% do orçamento de R$ 13,6 bilhões estão comprometidos com gasto em saúde

Foto: Eduardo Costa/MundoBA

 

O prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou nesta segunda-feira (13) que o custo anual de R$ 1,033 bilhão do transporte público inviabiliza a implantação de tarifa zero nos ônibus de Salvador. Segundo ele, a gestão municipal dispõe de aproximadamente R$ 680 milhões para investimentos em geral, já que 95% dos R$ 13,6 bilhões do orçamento municipal estariam comprometidos com gastos em saúde.

“Hoje, a prefeitura [de Salvador], que é a que paga a mais no Brasil, consegue fazer 5% de poupança corrente. O que é isso, prefeito? Eu vou explicar a vocês. Nosso orçamento esse ano é R$ 13,6 bilhões, vezes 5%? R$ 680 milhões. Então a prefeitura só consegue sobrar para investimento R$ 680 milhões, que é para fazer todas essas ações, e o custo de transporte é R$ 1,033 bilhão. Dá para falar em transporte com tarifa zero? Porque os outros 95% estão comprometidos com os hospitais, com as UPAs, com as escolas, com os Cras, Creas. Só se for fechar”, disse o prefeito, enquanto mostrava uma calculadora a jornalistas.

“Para arrumar aqui de R$ 680 mil para R$ 1,033 bilhão, estão faltando R$ 453 milhões. Então, alguém vai pagar essa conta, acabou. Para de piada, de conversa, falar sério. A conta é essa”, acrescentou Bruno Reis.

 

Defendida por setores da esquerda, a chamada tarifa zero deve ser uma das bandeiras da campanha do presidente Lula à reeleição.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a área técnica da pasta está fazendo cálculos de quanto custaria o benefício e qual seria o melhor modelo de financiamento para o setor.

Em entrevista a um pool de rádios da Bahia, o ministro Rui Costa (Casa Civil) desmentiu especulações de que o modelo será implementado neste ano ou em 2026. Ele disse que a viabilidade da proposta ainda dependerá de estudos técnicos feitos a pedido do próprio Lula.