POLÍTICA


Wagner embarcará para os EUA e tentará diálogo sobre tarifaço de Trump

Líder do governo no Senado afirmou que o Brasil não vai se acovardar diante das atitudes dos americanos

Foto: Lucas Vieira/ MundoBA

 

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), voltou a criticar nesta quarta-feira (23) o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. O petista embarcará com outros sete senadores de partidos diferentes para os Estados Unidos, onde tentará estabelecer um diálogo com autoridades americanas.

“O Brasil está disposto a dialogar com os Estados Unidos, mas defendendo a sua soberania”, foi assim que o baiano Jaques Wagner (PT) definiu a missão que um grupo de 8 senadores pretende cumprir em viagem ao país americano no final dessa semana. Objetivo é encontrar uma saída negociada para tarifaço anunciado por Donald Trump”, disse o senador.

A expectativa é de ter sucesso nessa negociação, afinal, são 206 anos de relações diplomáticas estabelecidas entre as duas nações. “Vamos defender o Brasil, os nosso empregos e empresário”, disse Wagner ao falar da importância de assegurar os interesses de nosso país.

Wagner afirmou que o Brasil não vai se acovardar diante das atitudes dos americanos. “Ninguém aqui é mais valente do que ninguém. Ele faz o que quiser no país dele, eu não tô afim de briga, mas eu também não corro do pau. Se for para brigar, nós vamos brigar. Porque o Brasil em 16 de maio deste ano mandou uma carta confidencial para o governo americano, propondo uma série de negociações, isso dia 16 de maio. Em fevereiro, os Estados Unidos começaram a dizer que iam estabelecer esse tarifaço. A diplomacia brasileira foi lá, mostrou para eles que eles vendem mais para nós do que nós para eles que por ano, o lucro deles é de 7 bilhões de dólares. Nós não temos superávit com os Estados Unidos, nós temos superávit com outros países. E nós conseguimos convencer os negociadores, naquela época, que o Brasil não podia estar nessa lista. Não temos porquê ter taxação.”

Críticas a Bolsonaro 

O petista também criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro. “Agora, porque o ex-presidente da República não consegue, não vai provar a inocência dele naquele absurdo que foi o 8 de janeiro, manda o filho dele, deputado federal, se ausentar do país. Ele deveria provar a inocência dele no tribunal, Lula ficou preso e eles ofereceram para ele sair de tornozeleira e Lula disse: ‘Eu não troco minha dignidade pela minha liberdade, ou vocês confirmam minha inocência ou não saio daqui’, e saiu com a cabeça erguida, virou presidente de novo”, declarou o senador.

“Então, essa retaliação ao Brasil não tem nada a ver com o comercial. Infelizmente, eu estou tendo que dizer que é o ex-presidente da República e seu filho, que ficou pedindo para os caras retalharem o Brasil, para ver se o Brasil fica de joelhos. Eu acho isso, sinceramente, vergonhoso. Eu acho que isso não é papel do deputado federal, nem o ex-presidente da República”, disse Jaques Wagner.