POLÍTICA


Bahia Sem Fome: Correia afirma que governo ‘não enfrenta a fome com seriedade’ após auditoria do TCE

"Eles lançaram o Bahia sem Fome com muito marketing, mas a realidade é que eles falharam na hora de tirar a ideia do papel", afirmou o líder da oposição na Alba

Foto: Divulgação/Alba

 

O líder da oposição na Assembleia Legislativa (Alba), deputado Tiago Correia (PSDB) criticou o governo estadual após uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA) apontar falhas na operação da Política de Segurança Alimentar e Nutricional e na execução do programa Bahia Sem Fome — a iniciativa é uma das principais bandeiras do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

De acordo com o relatório, elaborado por técnicos da 2ª Coordenadoria de Controle Externo, foram identificadas, entre janeiro e novembro de 2024, fragilidades no desempenho das ações orçamentárias, entregas feitas a muitos beneficiários não inscritos no CadÚnico, condições inadequadas de armazenamento dos equipamentos adquiridos pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), além de má distribuição territorial das ações.

“Eles lançaram o Bahia sem Fome com muito marketing e um forte apelo eleitoral, mas a realidade é que eles falharam na hora de tirar a ideia do papel e de colocar comida na mesa de quem precisa, como agora mostra essa auditoria do TCE”, afirmou o parlamentar.

Das 417 cidades baianas, 90 não foram contempladas com nenhuma medida de combate à fome, enquanto outros 289 municípios receberam apenas uma ou duas ações, o que evidencia falta de articulação e alcance limitado do programa.

A auditoria também revelou que os municípios com maior índice de vulnerabilidade social (como São José da Vitória, Gongogi e Pau Brasil) receberam, em média, apenas 0,7 ações por cidade. Já os municípios com melhores indicadores sociais, como Salvador, Lauro de Freitas e Camaçari, receberam 1,6 ações, em média.

“Observe que quase 20% dos municípios não receberam uma ação sequer e aqueles que mais precisam tiveram muito abaixo do necessário. Isso, no mínimo, mostra que o assunto não é tratado com seriedade, porque quem mais sofre com isso são as pessoas mais pobres e que precisam da ajuda do Estado”, disse Tiago Correia.

“Eu sempre disse que a primeira coisa a fazer seria: identificar quem são e onde estão essas pessoas; por qual motivo se encontram nessa situação (se por problema regional, climático ou social); e quais ações podem ser feitas para minimizar a fome naquelas situações específicas”, completou.