POLÍTICA


STF avalia que eventual prisão de Bolsonaro não deve ocorrer em quartel do Exército

Ministros discutem alternativas como a Papuda ou sede da Polícia Federal em Brasília para evitar mobilização de apoiadores

Foto: Agência Brasil/Arquivo

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm avaliado que uma eventual prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso seja condenado pela tentativa de golpe de Estado, não deve ser cumprida em quartel do Exército. A análise leva em conta o risco de que a presença do ex-presidente em uma unidade militar possa estimular novos acampamentos golpistas, a exemplo dos registrados em 2022 diante de quartéis.

Segundo a Folha, entre as alternativas consideradas estão a reserva de uma cela especial no Centro Penitenciário da Papuda, em Brasília (DF), ou a utilização de uma sala de custódia na Superintendência da Polícia Federal na capital federal. A PF, inclusive, já deixou preparado um espaço em sua sede regional, como medida preventiva, diante da possibilidade de prisão preventiva do ex-presidente.

A opção pela sede da corporação é vista como uma forma de dar tratamento semelhante ao que foi dispensado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ficou preso por 580 dias em Curitiba, após condenação na Operação Lava Jato. Assim como o petista, Bolsonaro teria direito a uma sala especial com cama, mesa, televisão e banheiro.

No caso da Papuda, o ex-presidente também teria acesso a uma sala de Estado-Maior, direito garantido a quem exerce ou exerceu cargos de destaque. Contudo, a unidade enfrenta uma crise de superlotação há mais de uma década. Um relatório do Ministério Público do DF apontou que, no fim de 2024, havia 16.151 presos no complexo, o que representa superlotação de 48% e déficit de mais de 5 mil vagas.

Bolsonaro tem 70 anos e apresenta problemas de saúde recorrentes. Recentemente, foi submetido a exames que detectaram infecções pulmonares, além de esofagite e gastrite. O ex-presidente também sofre com crises de soluço que chegam a provocar vômitos, o que poderá pesar na decisão sobre as condições de eventual prisão.