POLÍTICA


Sóstenes afirma que R$ 400 mil apreendidos pela PF vêm de venda de imóvel e nega irregularidades

Líder do PL diz que não depositou o dinheiro por “lapso” e classifica investigação como perseguição política

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

 

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou nesta sexta-feira (19) que os cerca de R$ 400 mil apreendidos pela Polícia Federal em um endereço ligado a ele têm origem lícita e são resultado da venda recente de um imóvel em Minas Gerais. Segundo o deputado, o valor está declarado no Imposto de Renda e não foi depositado em banco por conta da “correria do trabalho”, o que classificou como um lapso.

O dinheiro foi encontrado durante a Operação Galho Fraco, que investiga suspeitas de desvio de cota parlamentar e também mira o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). De acordo com a PF, o montante estava guardado em um saco preto dentro de um armário no flat usado por Sóstenes em Brasília.

Em entrevista, o parlamentar disse ter recebido o pagamento “lacrado” e reforçou que não vê ilegalidade em manter o dinheiro em casa. “Com essa correria de trabalho, eu acabei não fazendo o depósito, mas eu faria, inclusive, parte dele penso em fazer outros negócios, acabei não fazendo o depósito. Foi simplesmente o lapso. Ninguém pega o dinheiro ilícito e bota em casa. Eu guardei dentro do guarda-roupa. Eu peguei o dinheiro, recebi e coloquei ali, simples isso. Estava no meu flat em Brasília”, afirmou. 

A investigação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, com base em indícios de “despesas inexistentes” e uso de empresas de fachada para justificar gastos da cota parlamentar. A PF também apura saques e depósitos fracionados, prática conhecida como “smurfing”. Sóstenes nega as acusações, diz não ter “nada a temer” e sustenta que é alvo de perseguição por integrar a oposição.