POLÍTICA


Secretário de Jerônimo defende PEC da Segurança e diz que ‘valentia’ de Caiado não resolve questão

Felipe Freitas (Justiça e Direitos Humanos) creditou a esforços do governo Lula a megaoperação contra esquema do PCC 'sem um tiro' na Faria Lima

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

 

O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, criticou nesta segunda-feira (20) o governador goiano Ronaldo Caiado (União Brasil) por adotar um discurso de “valentia” e “tapa na mesa” ao tratar do enfrentamento ao crime organizado.

“Não adianta nada, por exemplo, o governador de Goiás, [Ronaldo] Caiado, que se vangloria de dizer que é muito valente, muito retado no campo da segurança pública. Primeiro, que é ruim, como se valentia e tapa na mesa que resolvessem as coisas. Não é assim que os problemas se resolvem. Toda vez que a pessoa vê um político muito batendo na mesa, tenha medo, porque não é assim”, ironizou em entrevista à rádio Metropole.

Freitas também voltou a defender a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança, a principal aposta do governo Lula para a Segurança Pública, cujo texto já foi aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.

Ele diz que uma das ideias de Lula que constam na proposição é padronizar a atuação das polícias para alcançar resultados como a recente megaoperação contra um esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) por meio do setor de combustíveis e do mercado financeiro. Ao menos seis investigados foram presos.

“A maior operação de enfrentamento ao crime organizado que nós tivemos notícia não deu um tiro. Não matou ninguém. Não entrou em nenhuma comunidade popular de nenhuma cidade brasileira. Foi feita na Faria Lima, prendeu bilionários, com inteligência, com investigação. Isso só foi possível porque o governo federal liderou”, declarou Freitas.

Batizada de Carbono Oculto e realizada pelo Ministério Público de São Paulo e pela Receita Federal, a força-tarefa é considerada até então a maior operação contra o crime organizado da história do país em termos de cooperação institucional e amplitude, segundo os órgãos envolvidos.

Entre os cerca 300 alvos em dez estados, incluindo a Bahia, a ação mirou pessoas físicas e jurídicas suspeitas de crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato.

Para Freitas, a Carbono Oculto é um exemplo do que os governos Lula têm feito para o “enfrentamento real” ao crime organizado. “Isso só foi possível porque o governo federal liderou. Porque o governo federal chamou as polícias estaduais, chamou os Ministérios Públicos, compartilhou informação e foi pra cima de quem dinheiro e quem ganha dinheiro com essa história”, disse o secretário da gestão Jerônimo Rodrigues (PT).

Apesar da resistência de “bolsonaristas e da extrema direita”, Freitas diz ter “esperanças altas” que a PEC da Segurança avance no Congresso.