POLÍTICA


Representação protocolada por vereadores na Alba é tentativa de desviar o foco, diz Hilton Coelho

Deputado é alvo de pedido de investigação por quebra de decoro por suposta participação em invasão a anexo da Câmara de Vereadores

Foto: Divulgação/Alba

O deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) afirmou nesta quarta-feira (28) que os autores da representação protocolada contra ele na Alba (Assembleia Legislativa da Bahia) deverão apresentar provas factuais sobre sua suposta participação na invasão ao Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador.

Ao MundoBA, Hilton disse que os 15 vereadores que assinam o documento atendem a interesses do prefeito Bruno Reis (União Progressista) para desviar o “foco” de questões sensíveis à gestão municipal.

“É uma determinação do campo político de Bruno Reis. O prefeito está numa situação muito difícil, principalmente com a greve dos professores. Ele quer desviar a atenção para esse fato. Há a possibilidade de greve dos rodoviários, obras paralisadas. Tudo isso faz com que ele queira desviar o foco. É um recado que ele tenta dar”, declarou.

O episódio da invasão ao anexo da Câmara foi protagonizado na última quinta-feira (22) por sindicalistas insatisfeitos com a proposta de reajuste salarial dos professores da rede municipal. Durante o ato, Maurício Trindade, 1º vice-presidente da Casa, e o vereador Sidninho (PP) foram agredidos.

A Polícia Militar precisou usar spray de pimenta para conter os invasores.

Para Hilton, há uma tentativa de silenciamento imposta por um prefeito “que deve muito e não pode se expor a questionamentos”.

A representação contra o deputado foi apresentada à Alba na tarde de terça-feira (27) —mesmo dia em que Bruno Reis sancionou o aumento dos vencimentos dos professores com a “incorporação” do piso do magistério nacional da categoria —medida vista como uma “manobra” pela ALB-Sindicato, visto que o incremento inclui as gratificações dos educadores, o que é vedado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Os 18 signatários pedem uma investigação por quebra de decoro parlamentar diante do que consideram um “atentado à democracia”. Carlos Muniz (PSDB), presidente da Câmara, também subscreve o pedido.

“Eles vão ter que apresentar uma tese factual para defender o que estão defendendo. Mas, mesmo assim, esse movimento, feito por 15 vereadores do carlismo e do bolsonarismo de extrema direita, não pode ser subestimado”, afirma Hilton.

Além dos vereadores, endossaram o documento os deputados Adolfo Menezes (PSD), Leandro de Jesus (PL), Tiago Correia (PSDB), Samuel Júnior (Republicanos) e Emerson Penalva (PDT).