POLÍTICA


Relatório elaborado por senadores aponta falhas e diz que Papuda é inadequada para receber Bolsonaro

Comitiva é formada por Damares Alves, Márcio Bittar, Eduardo Girão e Izalci Lucas

Foto: Divulgação

 

Um relatório elaborado por senadores após visita ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, aponta falhas estruturais e problemas no atendimento médico que, segundo o grupo, tornam a unidade inadequada para receber o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado. O documento foi divulgado nesta terça-feira (18).

A comitiva formada por Damares Alves (Republicanos), Márcio Bittar (União Brasil), Eduardo Girão (Novo) e Izalci Lucas (PL) relata que o presídio não conta com médico 24 horas, apresenta falta de farmacêutico e enfrenta demora em atendimentos de emergência. O grupo também menciona relatos de detentos sobre ausência de medicamentos e alimentação insuficiente.

O documento afirma que “os policiais não possuem formação técnica para realizar avaliação médica, o que pode representar risco à integridade física do custodiado e eventual omissão de socorro involuntária”.

O relatório lembra que inspeções anteriores feitas pela Defensoria Pública, pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) e pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura já haviam identificado problemas semelhantes, sem melhorias estruturais relevantes. Entre os exemplos citados está o caso de Cleriston Pereira da Cunha, que morreu em 2023 após receber atendimento médico considerado tardio enquanto aguardava julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Os senadores também apontam a presença e a influência de facções criminosas na Papuda, o que, segundo o grupo, elevaria o risco para a integridade física de Bolsonaro.

Outro trecho do relatório destaca que a comitiva não teve acesso às celas que poderiam abrigar o ex-presidente. Damares Alves afirmou que a visita foi parcial e que o grupo ainda aguarda autorização do ministro Alexandre de Moraes para uma inspeção completa.

O documento ainda reforça que Jair Bolsonaro não deveria ser tratado como um preso comum. Segundo o texto, isso não representaria privilégio, mas um “tratamento diferenciado por razões de segurança, saúde e dignidade”.

O relatório afirma ainda que o estado de saúde do ex-presidente exige dieta controlada e atendimento médico especializado em até 20 minutos durante crises, algo que a Papuda não conseguiria garantir, já que o deslocamento até o hospital de referência supera o tempo considerado seguro.

Com informações do Metrópoles