POLÍTICA


Presa na Itália, Carla Zambelli renuncia mandato de deputada federal

Decisão foi parte de uma solução política articulada com a cúpula da Câmara depois que o plenário rejeitou a cassação da parlamentar

Imagem: Reprodução/AuriVerde Brasil

 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) comunicou neste domingo (14) à Câmara dos Deputados sua decisão de renunciar ao cargo. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que dará posse a  Adilson Barroso (PL-SP), suplente da parlamentar.

A renúncia faz parte de uma solução política articulada com a cúpula da Câmara após o plenário rejeitar a cassação de Zambelli, que foi condenada à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na última sexta-feira (12), o STF determinou que Hugo Motta declarasse a perda do mandato da deputada.

De acordo com a Folha de S.Paulo, a negociação foi conduzida por Motta e aliados, em nome da Câmara, e a família de Zambelli, seus advogados e o deputado Cabo Gilberto (PL-PB), aliado da dela e próximo ao presidente da Casa.

Deputados afirmam que a renúncia evita o prolongamento de uma crise institucional com o STF, já que a determinação do tribunal perde efeito com a saída voluntária da deputada. Além disso, a decisão permite que Zambelli e o PL sustentem o discurso de que a renúncia foi uma iniciativa própria, sem submissão à ordem judicial.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), declarou que a renúncia “foi uma decisão estratégica diante de uma decisão vergonhosa do STF, que ignorou o devido processo legal e avançou sobre garantias constitucionais básicas”. Segundo ele, a medida também reforça a defesa da deputada contra um eventual pedido de extradição.

“Isso não é fuga. É cálculo jurídico em um ambiente de exceção”, escreveu Sóstenes. Ele acrescentou que Zambelli amplia suas possibilidades de defesa e “evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”.