POLÍTICA


Prefeito de Itacaré já foi investigado por suspeita de emprego fantasma; gestão é alvo da PF

Operação com CGU apura suspeita de fraudes em licitação e suposto desvio de R$ 30 milhões; reportagem tenta contato com assessoria de Nego de Saronga (PT)

Foto: Reprodução/Instagram/Prefeitura de Itacaré/@prefitacare

 

Edson Arante Santos Mendes, mais conhecido como Nego de Saronga (PT), já foi investigado por suspeita de envolvimento em um esquema de emprego fantasma em Itabuna. Segundo o Ministério Público da Bahia, ele teria recebido R$ 35,1 mil em salários entre 1º de julho de 2021 e 1º de abril de 2022 sem cumprir expediente.

À época, Edson era pré-candidato à Prefeitura de Itacaré — gestão hoje sob o seu comando e que se tornou alvo da Operação Gênesis, deflagrada pela Polícia Federal para apurar suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro em contratos de fornecimento de materiais de construção firmados entre 2018 e 2024.

Deflagrada na manhã desta terça-feira (25), a ação mira um esquema criminoso que teria funcionado ao longo desses seis anos, durante os quais duas empresas locais receberam mais de R$ 30 milhões decorrentes de supostos desvios.

A reportagem procurou a Prefeitura de Itacaré, mas não houve resposta. O texto será atualizado caso haja um posicionamento.

Segundo a PF, foram colhidos indícios de que parte substancial dos recursos públicos foi desviada em favor de agentes públicos municipais e de empresas ou pessoas interpostas.

As diligências incluem as cidades baianas de Itabuna, Ilhéus, Itajuípe, Ubaitaba e Jequié, além de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. Ao todo, agentes cumprem 30 mandados de busca e apreensão.

A Justiça também determinou o afastamento cautelar de sete agentes públicos e autorizou o sequestro de bens até o montante de R$ 20 milhões.

São apurados crimes de fraude em licitação e peculato.

Apesar da atuação fraudulenta, as empresas investigadas eram formalmente registradas em nome de laranjas, mas não tinham capacidade operacional compatível, de acordo com a PF.

A ação tem apoio da CGU (Controladoria-Geral da União).