POLÍTICA


PGR recebe pedido de Dallagnol por investigação contra ex-primeira-dama do Peru

Documento pede que a mulher de Ollanta Humala, o presidente peruano entre 2011 e 2016, seja investigada com base na Lava-Jato

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

 

Asilada no Brasil desde abril com aval do governo Lula, a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia está na mira de uma notícia-crime enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR) por Deltan Dallagnol, deputado federal cassado e embaixador nacional do Partido Novo. O documento foi protocolado nesta sexta-feira (30) e pede que a mulher de Ollanta Humala, o presidente peruano entre 2011 e 2016, seja investigada com base na Lava-Jato. A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Ex-chefe da força-tarefa da operação no Paraná, Dallagnol afirma à procuradoria que Nadine foi implicada em delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht, em que foram relatadas supostas doações da empreiteira, totalizadas em US$ 3 milhões, à campanha do marido dela no país vizinho, em 2011. Os repasses teriam acontecido a pedido do PT e de Lula, conforme disseram os delatores (Marcelo Odebrecht entre eles), e teriam incluído a participação de Nadine no recebimento de valores.

Os relatos colhidos pela operação também indicavam que Nadine teria atuado para direcionar à Odebrecht uma licitação bilionária do Gasoduto Sul Peruano, em 2014, articulando reuniões com autoridades daquele país. A concessão subiu no telhado quando a empresa admitiu, em meio aos escândalos da Lava-Jato, ter pagado subornos de US$ 29 milhões por obras em território peruano.

Perante a Justiça do Peru, tanto Nadine quanto o marido foram condenados a 15 anos de prisão, no mês passado, justamente pelo recebimento de verbas da Odebrecht para o pleito de 2011. Enquanto Humala foi preso, a ex-primeira-dama foi acolhida pelo governo brasileiro alegando ter sofrido perseguição política em seu país. Também foi considerado um câncer que ela está enfrentando.