POLÍTICA


Paulo Souto critica legislação eleitoral ao comentar pleito vencido por ele ao governo da Bahia

Ex-governador precisou ir ao segundo turno para confirmar vitória, em 1994, mesmo com vantagem de quase 790 mil votos sobre 2ª colocado

Foto: Reprodução/YouTube

O ex-governador da Bahia, Paulo Souto, criticou a legislação eleitoral brasileira ao comentar o resultado das eleições ao Palácio de Ondina, vencidas por ele no ano de 1994. Naquela ocasião, mesmo com uma vantagem de 787.481 votos sobre o segundo colocado, o ex-senador João Durval Carneiro, e uma porcentagem de 49,30%, Souto ainda precisou disputar o segundo turno contra o adversário.

Na segunda parte do pleito, a vitória sobre João Durval acabou sendo confirmada, mas a diferença entre os dois foi um pouco menor em relação ao primeiro turno: 658.616 votos a favor de Paulo Souto.

De acordo com Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pelo critério da maioria absoluta, para ser eleito logo no primeiro turno, o candidato deve obter mais da metade dos votos válidos — excluídos os votos em branco e os votos nulos —, exatamente o que não aconteceu há 31 anos.

“A diferença [de votos entre mim e João Durval] foi muito grande, só que acabou não dando primeiro turno. Isso é uma coisa que eu não acho muito certa na legislação. Eu fui para o segundo turno por causa de 40 mil votos, só que a diferença entre o primeiro e o segundo era algo entre 500 mil ou 700 mil votos, não me recordo bem”, afirmou Paulo Souto, em entrevista a Rádio Metrópole, nesta sexta-feira (8).

O também ex-secretário municipal da Fazenda na gestão ACM Neto, em Salvador, citou as eleições argentinas como exemplo que deveria ser adotado no Brasil. Por lá, um candidato pode ganhar uma eleição majoritária, em um único turno, desde que obtenha 45% dos votos ou se ganhar 40% dos votos e terminar 10 pontos percentuais à frente do segundo colocado.

“O segundo turno mexe com a estrutura política, de tal forma […] e não é uma coisa boa para a estrutura partidária, porque, nessa hora, há as mudanças de lado pelos interesses que são normais na política”, disse Paulo Souto.