POLÍTICA


Otto defende CPI contra ‘adultização’ e lamenta projeto sobre o tema parado na Câmara

Senador baiano está entre os 70 signatários de documento que requer a instalação de colegiado

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou nesta sexta-feira (15) ser a favor da abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar influenciadores digitais e plataformas que divulguem conteúdos indevidos de crianças e adolescentes. Já foram ao menos 70 assinaturas para protocolar o pedido de instalação do colegiado. Otto está entre os signatários.

Ele lamenta, no entanto, que um projeto sobre o tema já aprovado no Senado não tenha avançado na Câmara dos Deputados.

“Nós já aprovamos no Senado uma lei do senador Alessandro Vieira que versa nesse sentido de regulamentação, mas que lamentavelmente está parada na Câmara dos Deputados e não foi aprovada ainda, como outras tantas que já defendi e aprovei no Senado”, disse Otto, em entrevista à rádio A Tarde FM.

“Essa questão da exploração infantil nas redes, estou apoiando a CPI, ainda mais depois do vídeo do youtuber lá com a denúncia. Sou favorável, até porque, ao longo dos anos, já participei de muitas CPIs e todas muito produtivas”, declarou o senador, referindo-se ao influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que trouxe a discussão à tona após divulgar um vídeo sobre adultização nas redes sociais.

Um dos casos denunciados é de Hytalo Santos, preso na manhã desta sexta-feira (15), em São Paulo, sob suspeita de exploração de menores. A defesa dele diz inocência do influenciador e dizem que ele sempre se colocou à disposição das autoridades.

Com mais de 20 milhões de seguidores, Hytalo mostrava em seu canal adolescentes que ele chamava de “turma do Hytalo” e “filhos” fazendo danças sensuais, além de outros contextos com conotações sexuais.

Ele já era alvo de investigação do Ministério Público da Paraíba desde 2024. Após a repercussão do vídeo de Felca, a Justiça derrubou perfis do influencer Instagram e do TikTok.

O ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) proíbe adultos de explorar imagens que violem a dignidade e a intimidade de crianças e que as exponham a vexame ou constrangimento —com pena de seis meses a dois anos de prisão.