POLÍTICA


Otto Alencar deixa CPMI do INSS após derrota do governo para oposição

Senadores governistas abandonam colegiado depois que oposição assumiu presidência e relatoria da comissão

Foto: Maria Eduarda/MundoBA

O senador Otto Alencar (PSD-BA) oficializou, na terça-feira (26), a saída dele da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), após a oposição conquistar o comando do colegiado, na semana passada. O movimento deve ser seguido por outros nomes da base governista, como Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM).

A decisão ocorre após o governo ser derrotado na votação que definiu a presidência da CPMI. Por 17 votos a 14, a oposição conseguiu emplacar o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente e o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) como relator. A base aliada agora tenta reorganizar sua atuação com a entrada de novos parlamentares, como a senadora Augusta Brito (PT-CE), de acordo com o Estadão.

A derrota foi atribuída a falhas de articulação política. Omar Aziz, que era cotado para assumir a presidência da CPMI, responsabilizou o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), que chegou atrasado à reunião de instalação e não havia feito a contagem prévia dos votos. A avaliação é que a falta de coordenação foi determinante para a vitória da oposição.

Diante do novo cenário, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social, foi escolhido pela base para coordenar a atuação conjunta de deputados e senadores aliados ao Planalto. A expectativa é tentar conter danos e reduzir o espaço de manobra da oposição dentro da comissão.

Nos bastidores, governistas avaliam que a CPMI pode gerar riscos além do caso das fraudes em descontos do INSS, já que quebras de sigilo aprovadas pelo colegiado podem expor dados de interesse político. Ainda que informações não sejam utilizadas diretamente nos trabalhos da comissão, o temor é que vazamentos acabem criando novos problemas para o governo administrar.