POLÍTICA


Motta deixa escolha de relator da CPMI do INSS para depois do recesso

Temperatura mais baixa em torno do escândalo do INSS e necessidade de foco em outros temas contribuíram para adiamento de escalação

Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados

 

 

O presidente da Câmara, Hugo Motta, indicou a aliados que a escolha do relator da CPMI do INSS ficará apenas para agosto, quando o Legislativo retornará do recesso parlamentar. A informação é da coluna Radar, da revista Veja.

De acordo com a publicação, a temperatura mais baixa em torno do escândalo sobre os descontos indevidos e a necessidade de foco em outros temas na reta final do semestre contribuíram para o adiamento de escalação.

Além da atenção à extensa pauta do plenário da próxima semana últimos dias de trabalho antes da paralisação por duas semanas -, que tem, entre outros itens, o  projeto de licenciamento ambiental, Motta entende que é preciso dedicar força total na tentativa de construção de um acordo com o governo sobre o IOF. Há uma audiência de conciliação entre os Poderes marcada para a próxima terça-feira.

O tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros também deve ser um tema que exigirá atenção da cúpula do Congresso nos próximos dias.

Por isso, a escolha do relator da CPMI, que já tinha o início dos trabalhos previstos só para depois do recesso, também ficou para agosto.

Até mesmo a oposição deixou essa pauta um pouco de lado para concentrar atenções na estratégia para impor uma derrota ao governo Lula, o que se confirmou com a derrubada do decreto do IOF com uma votação expressiva.

Agora, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro estão focados em responsabilizar Lula pela decisão de Trump de impor um tarifaço ao Brasil.

O adiamento, porém, não altera as expectativas sobre o perfil que Motta escalará para a relatoria da CPMI: alguém de centro, nem muito próximo do Planalto, nem muito alinhado à oposição. Tudo isso, de acordo com interlocutores, para garantir a condução mais imparcial possível.