POLÍTICA


Moraes diz que reunião com presidente do Banco Central tratou apenas da Lei Magnitsky

Ministro do STF afirma que encontros com dirigentes de bancos discutiram impactos da sanção e nega interferência em favor do Banco Master

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em nota divulgada nesta terça-feira (23) que a reunião que teve com Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, foi para conversar sobre as consequências da aplicação da Lei Magnitsky contra ele.

Moraes afirma que também realizou encontros individuais com o presidente do Itaú e a presidente do Banco do Brasil. Ele também diz que fez um encontro coletivo com os Presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da FEBRABAN, do BTG e os vice-presidentes do Santander e Itaú para debater o tema.

“Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito”, diz um trecho da nota.

A nota foi divulgada após o jornal O Globo informar que Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em ao menos quatro ocasiões para interceder em favor do Banco Master. A informação também foi confirmada pela CNN Brasil. No comunicado, o ministro não menciona o nome da instituição financeira.

Em setembro, o Banco Central barrou a aquisição do Banco Master pelo BRB, ao apontar a falta de documentos que comprovem a viabilidade econômico-financeira do negócio. Dois meses depois, o proprietário do banco, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal e passou a ser investigado por suspeitas de fraudes contra o sistema financeiro.

O escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, tinha um contrato de R$ 129 milhões com o Banco Master, com pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões entre 2024 e 2027.

Veja a nota completa

“O Ministro Alexandre de Moraes esclarece que, em virtude da aplicação da Lei Magnitsky, recebeu para reuniões o presidente do Banco Central, a presidente do Banco do Brasil, o Presidente e o vice-presidente Jurídico do Banco Itaú. Além disso, participou de reunião conjunta com os Presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da FEBRABAN, do BTG e os vice-presidentes do Santander e Itaú. Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito.”