POLÍTICA


Moraes determina perícia para confirmar Alzheimer em general Heleno

Ministro do STF cobra esclarecimentos após defesa apresentar informações contraditórias sobre estado de saúde do ex-chefe do GSI

Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (1º) que o general Augusto Heleno passe por perícia médica da Polícia Federal, em até 15 dias, para comprovar o diagnóstico de Alzheimer informado pela defesa. A medida foi tomada após o advogado do militar apresentar relatos considerados contraditórios sobre o suposto quadro de demência.

No despacho, Moraes afirmou que a análise do pedido de conversão da pena para prisão domiciliar depende da “efetiva comprovação” da demência. O ministro ordenou uma avaliação completa, incluindo histórico clínico, exames laboratoriais, testes neurológicos e neuropsicológicos, e, se necessário, exames de imagem como ressonância magnética e PET scan.

Heleno, de 78 anos, está preso desde 25 de novembro no Comando Militar do Planalto, cumprindo pena de 21 anos por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. A defesa afirma que o general é portador de Alzheimer, além de hipertensão e transtornos depressivo e ansioso. Após questionamentos de Moraes, os advogados corrigiram as informações e disseram que o diagnóstico de Alzheimer foi fechado apenas neste ano.

A defesa tenta reverter o regime para prisão domiciliar, argumentando que o estado de saúde torna inviável a permanência em regime fechado, pedido que já beneficiou outros condenados, como o ex-presidente Fernando Collor. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestou favoravelmente à mudança, apontando que a condição clínica do militar justificaria a medida.

A perícia da PF deve embasar a decisão final sobre o destino de Heleno.